Idade Contemporânea


REVOLUÇÕES BURGUESAS (1789-1843)
        Ø  Envolvem a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e as Revoluções Liberais.
Ø  Colocam a burguesia no poder político.
Ø  Burguesia destrói o “Antigo Regime” e organiza o “Estado burguês”
Ø  Consolidam o capitalismo
Ø  Acabam com a servidão e a escravidão.
Ø  Dão, até certo ponto, liberdade.
Ø  Começam o trabalho assalariado (sociedade de consumo).
Ø  Colocam a igualdade de direitos.

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Levou à consolidação do Capitalismo Industrial.
Características do Capitalismo:
Ø  Separação entre capital e trabalho
      Capital                                      X                                 Trabalho
Donos de máquinas                        X                             Proletariado
      Burguesia                                   X                                    Salários
         Lucros

Ø  Sociedade de consumo: é característica do capitalismo industrial, liga os fatores acima e não existia anteriormente.
O primeiro país a realizar a Revolução Industrial foi a Inglaterra, foi decorrente do acúmulo de capital, gerado pelas práticas mercantilistas (capitalismo comercial).
A Inglaterra introduziu o capitalismo no campo, começando com a prática dos “enclousures” (cercamento dos campos). Os “enclousures” iniciaram-se após a Peste Negra e intensificaram-se com Henrique VIII e Elisabeth I, transformando os campos de plantio em pastagens para ovelhas, das quais era retirada a lã e vendida para as indústrias. Isso levou ao êxodo rural (primeiro país a passar por isso).
Com a mecanização das manufaturas, graças à invenção da máquina a vapor, foi possível reduzir o tempo de produção e os custos.
A burguesia, dona das máquinas, passa a estipular o preço do trabalho já que havia excesso de trabalhadores.
                              

Exploração do trabalhador
Ø  Baixos salários
Ø  Exploração do trabalho feminino e infantil
Essa exploração leva ao surgimento de movimentos de trabalhadores.

Movimento Ludista (1811-1812)
Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão de obra já eram comuns. Em 1811 surgiu o movimento ludista, uma forma mais radical de protesto. O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas invadiam fábricas e destruíam máquinas (que, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seu trabalho, exigindo deles duras horas de jornada de trabalho). Os manifestantes sofreram violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".
Anos depois os operários ingleses mais experientes adotaram métodos mais eficientes de luta, como a greve e o movimento sindical.
Movimento Cartista (1837-1848)
O "movimento cartista" foi organizado pela Associação dos Operários, exigindo melhores condições de trabalho, incluindo:
Ø  a limitação de oito horas para a jornada de trabalho.
Ø  a regulamentação do trabalho feminino.
Ø  a extinção do trabalho infantil.
Ø  a folga semanal.
Ø  o salário mínimo
Este movimento lutou ainda pela instituição de novos direitos políticos, como o estabelecimento do sufrágio universal (nesta época, o voto era um direito dos homens, apenas), a extinção da exigência de ter propriedades para que se pudesse ser eleito para o parlamento e o fim do voto censitário. O movimento se destacou por sua organização e forma de atuação, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores.
Os sindicatos (Trade Union)
Os empregados das fábricas formaram associações e sindicatos durante a Primeira Revolução Industrial, a princípio proibidos e duramente reprimidos. Na segunda metade do século XIX, a organização dos trabalhadores assume um considerável nível de ideologização. O sindicalismo, na virada do século XX, é caracterizado por anseios revolucionários e de independência em relação aos partidos políticos. Após a Primeira Guerra Mundial, uma parte dos sindicatos se alinha ao ideário socialista e comunista, enquanto outra parte se inclina para o reformismo ou para a tradição cristã. Em 1864 é criada, em Londres, a Associação Internacional de Trabalhadores, a Internacional, primeira central sindical mundial da classe trabalhadora. No mesmo ano, na França, é reconhecido o direito de greve. Em 1919 é criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), um dos mais antigos organismos internacionais, com direção tripartite, composta por representantes dos governos, dos trabalhadores e dos empregadores.
Etapas da Revolução Industrial - Podem-se distinguir três períodos no processo de industrialização em escala mundial:
 Primeira Fase: Teve inicio na Inglaterra, em meados do século XVIII. Espalhou-se, durante a segunda metade do século, para outros países da Europa.
Ø  Pioneirismo inglês: existência no país de minas de carvão mineral (fonte de energia) e minério de ferro (matéria-prima).
Ø  O capitalismo industrial teve grande impulso, graças ao acúmulo de capital.
Ø  Invenção e uso de novos sistemas de transporte: ferroviário (locomotivas a vapor) e navegação (navios a vapor), para suprir a necessidade de transporte de mercadorias em larga escala.
Ø  Fase de transição: do sistema de produção artesanal para o industrial.
Ø  Houve a invenção de diversas máquinas movidas a vapor (produção).
Ø  Os trabalhadores das fábricas recebiam salários baixos, enfrentam péssimas condições de trabalho e não tinham direitos trabalhistas.
Ø  Houve o uso de mão de obra infantil e feminina, com salários abaixo dos homens.
Ø  Busca de matérias- primas e mercados consumidores na África e Ásia, através do neo-colonialismo.
Segunda Fase: Teve inicio nos Estados Unidos, no final do século XIX e começo do século XX.
Ø  Criação e uso de novas tecnologias como, por exemplo, veículos automotores e aviões.
Ø  Significativo aperfeiçoamento nas tecnologias usadas nas máquinas industriais, que se tornaram mais eficientes.
Ø  Sistemas de produção mais eficientes: maior produtividade, com redução de custos. Exemplo: fordismo (Henri Ford)
Ø  Uso do petróleo e energia elétrica, como principais fontes de energia.
Ø  Avanços na área de telecomunicações. Ex: telefone e rádio.

Terceira Fase: Liderada também pelos Estados Unidos, teve inicio com o final da Segunda Guerra Mundial (meados do século XX). É a fase em que vivemos até a atualidade.
Ø  Introdução do uso de novas fontes de energia como, por exemplo, a nuclear.
Ø  Desenvolvimento e uso da informática, por parte de empresas e governos. Posteriormente para todas as pessoas.
Ø  Melhorias nas condições de trabalho, com ampliação dos direitos trabalhistas.
Ø  Fortalecimento do sistema capitalista.
Ø  Crescimento econômico do Japão e da Alemanha, que passam a figurar como potências econômicas na segunda metade do século XX.
Ø  Desenvolvimento da Genética e da Biotecnologia, oferecendo novos recursos para a área médica e fortalecendo a indústria de medicamentos.
Ø  Desenvolvimento da Globalização, principalmente após o fim da Guerra Fria, que trouxe um novo cenário nas relações econômicas e formas de produção.
Ø  Desenvolvimento da Internet, no final do século XX e começo do XXI, que alavancou o mundo do comércio e das finanças.
Ø  Preocupação com o Meio Ambiente (Sustentabilidade), a partir da década de 1970, (aquecimento global, efeito estufa, desmatamento, extinção de espécies animais, buraco na camada de ozônio). Vale lembrar que grande parte destes problemas ambientais foram causados pela Revolução Industrial, desde sua primeira fase.
Ø  Importância dos países emergentes (China, Rússia, Brasil e Índia), no cenário econômico global. 

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ILUMINISMO


O movimento iluminista teve início na Inglaterra.


      Até século XVII
         Século XVIII - Iluminismo ou Ilustração
      Absolutismo    
      Fanatismo religioso 
      Postura dogmática  
      Verdade absoluta imposta pela Igreja
     Questionamento do antigo regime
     Declínio do fanatismo religioso
     Predomínio do racionalismo



Principais filósofos do iluminismo:
Inglaterra:
John Locke: “Dois tratados sobre o Governo Civil” – “A paz é fruto do acordo entre governantes e governados”.
Direitos naturais do homem: Vida, Liberdade e Propriedade.
Adam Smith: utilizou-se dos dois últimos direitos (liberdade e propriedade) e criou o Liberalismo Econômico, que pregava a livre iniciativa, livre comércio, livre concorrência e não intervenção do Estado na economia, pois esta se regularia através da Lei da Oferta e da Procura.

França: Adaptação e expansão das ideias inglesas.
René Descartes: “Discurso do Método” – “Penso, logo existo”: o pensar se refere a duvidar, o que se opunha à postura dogmática da Igreja.
Voltaire: “Despotismo Esclarecido” – o rei deve ser um filósofo,deve reformar a sociedade cedendo aos direitos naturais.
Doutrina de caráter elitista: O povo é ignorante (Igreja responsável), portanto, não tem condições de dar ideias para as reformas.
Voltaire foi o filósofo que mais insistiu no anticlericalismo (oposição à Igreja). Acreditava que a Igreja era a grande responsável pela ignorância do povo e que, por isso, o Estado deveria responsabilizar-se pela educação, a qual deveria ser voltada às ciências.
Montesquieu: “Do Espírito das Leis” – Acordo entre governantes e governados e tripartição do poder em Legislativo, Executivo e Judiciário. O poder não pode ficar concentrado nas mãos de uma única figura, pois haverá abuso de poder.
Jean Jacques Rosseau: “Contrato Social” – Mito do bom selvagem: “o Homem é bom, a sociedade é que o corrompe”. Criador da democracia moderna (representativa). Criticou a propriedade privada e a desigualdade social.

Democracia Moderna: A nação escolhe seus representantes, que fazem as leis. Cabe ao governo e aos representantes do povo executar as leis e também respeitá-las.
Abaixo você encontra uma apresentação de slides para lhe ajudar:
http://www.4shared.com/file/BWXmOXrN/ILUMINISMO.html

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INDEPENDÊNCIA DOS EUA

Antes do desenvolvimento do Comércio Triangular, a região das colônias inglesas do Norte e do Centro gozavam de certa autonomia, pois a Inglaterra não tinha grande interesse na região, já que não era possível produzir nenhum produto de grande valor comercial (gêneros tropicais). 

Com o desenvolvimento do Comércio Triangular, a Inglaterra passou a querer dominar e controlar a região, a fim de cobrar impostos e lucrar com o comércio desenvolvido, Tal atitude gerou descontentamento entre os colonos.
Na mesma época, a Inglaterra se envolveu na Guerra dos Sete Anos, contra a França. Em busca de recursos para financiar esta guerra na Europa, a Inglaterra passa a impor leis restritivas e impostos sobre as colônias do Norte e do Centro, aumentando a insatisfação entre os colonos. Os colonos exigem a retirada de tais leis, mas não são atendidos. Eles se unem e, em 1776, declaram independência dos EUA.

Após o tema Expansão dos EUA para o Oeste você encontrará uma apresentação de slides para lhe ajudar.


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EXPANSÃO DOS EUA PARA O OESTE

Nos dez primeiros anos após a independência dos EUA, ocorreram disputas entre os treze Estados formados, pois havia o acordo de que cada Estado seria autônomo. Estas disputas quase levaram à formação de treze países.
Para resolver tal questão, em 1787, foi criada uma Constituição (a mesma até hoje) e a tripartição de poderes.
 A princípio o Norte e o Sul se alternavam na presidência, iniciando um período de paz e os EUA iniciam sua expansão territorial para oeste. Para convencer o povo a deslocar-se para o Oeste, os EUA utilizaram-se de alguns argumentos:
Ø  Doutrina do Destino manifesto: Deus havia dado aos americanos a missão de levar a civilização e a cristandade aos povos (índios) do oeste.
Ø  Busca do ouro, que havia sido descoberto a oeste.
Ø  Venda (a baixo custo) ou concessão, de terras a oeste.

A expansão para o oeste levou a uma matança desenfreada de índios e os sobreviventes fugiram para o atual Canadá.
Essa expansão afetou o equilíbrio entre o Norte e o Sul. O Norte desenvolveu sua indústria e comércio, enquanto o Sul permaneceu dedicando-se a exportação de gêneros tropicais. Com a expansão industrial, o Norte passou a querer o fim da escravidão, visando aumentar o mercado consumidor. Surgiu então um acordo sobre onde a escravidão seria permitida.
Em 1861, Abraham Lincoln foi eleito presidente. Como era abolicionista, gerou medo entre os Estados do Sul (que dependia da mão de obra escrava), que resolveram se separar do restante dos EUA.
 Consequência: a Guerra de Secessão (ou Guerra Civil Americana). Pela Constituição, a União (entre norte e sul) era indivisível; portanto, a guerra era justa, já que o Sul ferira a Constituição.
A Guerra da Secessão foi um massacre do Norte sobre o Sul, pois eram mais fortes, econômica e militarmente. Após a guerra, a escravidão foi abolida e o capitalismo consolidado.
Após controlar seu mercado interno, os EUA passam a se preocupar com o mercado externo, utilizando-se da Doutrina Monroe (1823 – “A América para os americanos”) Essa doutrina fez os EUA ser o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil.
Primeiras intervenções externas:
Independência cubana (1898):
Ø  O açúcar cubano era ambicionado pelos EUA.
Ø  Feita a independência cubana, Porto Rico passou a ser um Estado associado aos EUA.
Ø  Em troca do apoio dos EUA, Cuba assinou a Emenda Platt, que determinava que os EUA poderiam intervir em Cuba sempre que os interesses dos EUA estivessem em jogo. Essa situação gerou diversas ditaduras, financiadas pelos EUA, em Cuba.
Canal do Panamá (1913):
Ø  Ideia francesa (mesma empresa francesa que fez o Canal de Suez, porém fugiu com o dinheiro das ações).
Ø  Objetivo: ligar o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico através de um canal marítimo. Os EUA se prontificaram a construir o canal mas Colômbia (que era a proprietária do Panamá) não aceitou.

Ø   Os EUA ajudaram o Panamá a declarar sua independência, construiram  o Canal, implantaram uma ditadura e ficam com uma faixa de 8 km de cada lado do canal.


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REVOLUÇÃO FRANCESA (1789-1799)

A Revolução Francesa é o marco da passagem do poder político para as mãos da burguesia. Também abriu o ciclo das Revoluções Burguesas, quando, além de assumir o poder político, a burguesia consolidou o capitalismo.
A França possuía a melhor estrutura absolutista e, por isso, teve um grande desgaste, que se arrastou por muito tempo, causando a revolta e a violência da Revolução.

Precedentes:
- crise financeira, provocada pela participação desastrosa em duas guerras contra a Inglaterra;
- aumento da carga de impostos - só o povo (o 3º estado) - pagava;
- Assembleia dos estados gerais;

Desenvolvimento:
A sociedade francesa permanecia estamental: o 1º estado (clero) e o 2º estado (nobreza) continuavam isentos de impostos.
No mesmo período o rei entrou em duas guerras contra a Inglaterra (Guerra dos Sete anos e a de Independência dos EUA) causando um enorme déficit nos cofres franceses. Além disso, a nobreza vivia num grande luxo, a rainha personificava os gastos indevidos, a ponto de ser apelidada de “Madame Déficit”. Enquanto isso, o povo passava fome.
É convocada a Assembleia dos Notáveis, em 22 de fevereiro de 1787 para resolver a crise financeira francesa. Era composta, principalmente, por membros do clero, que se recusava a adotar qualquer reforma tributária que fosse contra os privilégios de sua própria classe. Fracassou, evidentemente
O rei da França, Luís XVI convoca, em 1789, a Assembleia dos Estados Gerais (depois de 175 anos de inatividade). São eleitos 279 deputados do clero, 287 da nobreza e 556 do Terceiro Estado (povo), dos quais, a maioria, é burguesa. Nessa Assembleia, cada estado tinha direito a apenas um voto; o clero e a nobreza se uniam para derrotar o terceiro estado (povo) nas votações, havendo sempre dois votos contra um. O Rei ordenou o fechamento da sala que era usada para as reuniões, procurando dissolver a Assembleia Nacional. Os representantes do terceiro estado, liderados pela burguesia, transferiram-se para um salão de jogos do palácio. Nesse local eles fizeram o "Juramento do Jogo da Péla" (ancestral do tênis): Liberdade, Igualdade e Fraternidade (lema da Revolução Francesa). Estabeleceram que ficariam até criarem a Constituição Francesa, onde constariam os direitos políticos e jurídicos dos cidadãos franceses.
Diante da ameaça das tropas reais, foram feitos comícios para chamar o povo às armas. Coincidentemente, o trigo estava com altos preços, devido à péssima colheita, e o povo passava fome, o que os predispôs a aceitar o chamamento da Assembleia. Passam a ocorrer assaltos aos quartéis para tomar armas, sendo o mais famoso a “Tomada da Bastilha”, em 14 de julho de 1789. Este era o local para onde o rei mandava aprisionar seus inimigos; sua tomada significava desmoralizar o rei.
Quando o povo, no interior da França, soube sobre a Tomada da Bastilha, começam a saquear, matar nobres e clérigos, pondo fogo nos livros de impostos. Tal fato era inédito, nunca houvera um movimento tão forte e de tão grandes proporções. As tropas reais, na maioria, confraternizavam com o povo. O rei estava desmoralizado e a nobreza apavorada.
Noite do Grande Medo (04/08/1789): diante da situação e percebendo que os fatos fugiam ao controle, a Assembleia propôs, como forma de acalmar o povo, a supressão de todos os privilégios do clero e da nobreza. O Rei Luís XVI é constrangido a assinar os decretos. Caíam, assim, os privilégios da nobreza e do clero.
Dias depois foi feita a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, tendo como base:
Ø  Igualdade de direitos.
Ø  Liberdade de expressão (importantíssima para a ação do jornal “O amigo do povo”, que incitou, muitas vezes, o povo à violência, através dos escritos de Jean Paul Marat).
Ø  Direito a resistir à opressão (o povo não pode ser prejudicado por leis).
Ø  Direito à propriedade privada (o mais importante para a burguesia, pois eliminou todo sistema de monopólios). Com ele se extinguem as corporações e os pisos salariais, liberando o uso da exploração do trabalho e pondo fim ao confisco de bens.
Apesar de todo esse movimento o povo invadiu o palácio de Versalhes, o rei foi levado a Paris, de onde nunca mais sairia. Essa atitude de constrangimento do rei levou a uma reação externa.
Reação Externa:
Países absolutistas preparavam um exército para invadir a França e recolocar o absolutismo no poder.
O rei tentou fugir para a Bélgica, disfarçado de plebeu, mas acabou preso por um fiscal, deixando claro ser um traidor da revolução. De volta a Paris, fica praticamente suspenso de suas atividades. A burguesia, com medo do povo, se aproximou da nobreza, sendo feita a Constituição de 1791, baseada nas ideias de Montesquieu: tripartição de poderes; o exército fica a cargo do rei; o voto se torna censitário – baseado na renda. A burguesia cedia os direitos civis, mas não os políticos - e o povo se revolta.
Logo após a França foi invadida pelo exército Austro-prussiano. O rei, sabedor de que, se a França perdesse, voltaria ao poder de forma absoluta, passou a entregar a guerra. A burguesia, para não perder a guerra, pediu ajuda ao povo, que exigiu: a Revolução, a República, os direitos políticos e a cabeça do rei. A burguesia aceitou o acordo com o povo, aceitando as condições, até que surgisse a oportunidade de “puxar o tapete” do povo.

Proclamação da República (21/07/1792)
Convenção (1792-1795): A Assembleia da Convenção governou o país (Regime Republicano sem presidente). Todos os órgãos governamentais eram grupos.
-Os três Partidos: * locais onde se sentavam na Assembleia Legislativa.
Girondinos ou Brissontinos (*direita): elementos da alta burguesia, a favor da democracia liberal.
Jacobinos ou Montanheses (*esquerda): classe média e pequena burguesia -  apoiados pelo povo. Estavam a favor de medidas radicais, chamadas por eles de medidas revolucionárias.
Planície ou Pântano (*centro): Alta burguesia indecisa.
Nem Girondinos, nem Jacobinos tinham maioria de votos, deste modo tinham de fazer acordos com a Planície.
Jacobinos se entregam de corpo e alma para vencer a revolução. Para dar agilidade criaram o Comitê de Salvação Pública, que determinava as prioridades nas assembleias. Os jacobinos assumem o poder. Com o objetivo de consolidar a revolução, propõem leis como:
Ø  Lei do Máximo: tabelamento de preços (quem desobedecia perdia a cabeça – guilhotina)).
Ø  Reforma Agrária: com o intuito de conseguir voluntários para a guerra.
Ø  Lei dos Suspeitos: todo suspeito de ser contrarrevolucionário era preso, investigado e, normalmente, condenado à guilhotina.
Essas leis, que marcaram o chamado Período de Terror, iam contra a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e negavam o lema revolucionário (Liberdade, Igualdade e Fraternidade), dividindo os jacobinos, conforme o quadro abaixo:

Robespierre e seus partidários
Danton e seus partidários
         Acreditavam que o Terror deveria ser mantido.
   Contra a manutenção do Terror. Danton foi acusado de corrupção e traição por Robespierre e condenado à guilhotina.


Diante da divisão dos Jacobinos, a burguesia percebeu ser a hora de agir, unindo-se aos dantonistas. Robespierre foi tirado do poder, através do Golpe de 9 Termidor (27/07/1794).
Com o golpe, a burguesia retornou ao poder: derrubou a Lei do Máximo, colocou Robespierre como fora da lei e, apoiada pelos dantonistas com a promessa de acabar com a Lei dos Suspeitos, levou Robespierre à guilhotina, no dia 10 de Termidor. Iniciou-se a Reação Termidoriana (Terror Branco: a burguesia matava os líderes populares na calada da noite, para poder se impor. As camadas populares, sem líderes, passaram a ser controladas facilmente).

Diretório (1795-1799)
Constituição de 1795:
Ø  Retorno do voto censitário (o povo, sem líderes, não sai às ruas).
Ø  Burguesia criava líderes que estivessem do seu lado.
Ø  Pressão da esquerda (Neojacobinos) e da direita (monarquistas), contra a Planície (burguesia).
Neste período, surgiu a figura de Napoleão Bonaparte. A imagem da vitória da Revolução estava no exército por isso, a burguesia buscava ali os novos líderes. O alto comando, que antes era formado por nobres, agora era formado por recém-formados na Academia Militar.
Napoleão Bonaparte (Capitão) havia vencido os ingleses em Tulon e, quando voltou, foi promovido a General, mostrando uma grande ascensão social.
 A burguesia, tinha como objetivo dar uma nova cara à Revolução, por fim à sociedade estamental e emplacar a ideia de ascensão social por mérito pessoal (merecimento), pondo fim à ideia de igualdade entre todos. Para isto, usou a imagem de Napoleão, mostrado como um exemplo para os jovens e herói nacional.
A burguesia e os políticos astutos do Diretório perceberam que o general Bonaparte era o homem certo para consolidar o novo regime. Propuseram-lhe que utilizasse a força do exército para assumir o governo. Assim foi feito. Numa ação eficaz, apesar de tumultuada, Napoleão fechou a Assembleia do Diretório. Foi o Golpe de 18 do Brumário (9 de Novembro de 1799). Durante essa época, a burguesia consolidaria seu poder econômico.
O Golpe do 18 de Brumário marcou o início do Consulado, que foi quando a burguesia, como meio de terminar a revolução, que já durava dez anos (de 1789 a 1799), Concentrou o poder na mão de três cônsules: Napoleão Bonaparte, Roger Ducos, e Emmanuel Joseph Sieyès.
Com o Consulado, estabeleceu-se um novo governo na França e o jovem general Napoleão Bonaparte assumiu o cargo de primeiro-cônsul, em meio a uma crise generalizada. Foi acolhido com entusiasmo pela burguesia, que aspirava à paz, à ordem interna e à retomada normal das atividades. Os conspiradores do golpe não temiam o General Bonaparte, escolhido para liderar o movimento, pois acreditavam que acabariam por reduzir sua importância, fato que não ocorreu, pois em 1804 Napoleão Bonaparte se tornou Imperador da França.

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PERÍODO NAPOLEÔNICO (1799-1815)

PERÍODO NAPOLEÔNICO (1799-1815)
Consulado (1799-1804)
Ø  Três Cônsules: Napoleão sendo o primeiro.
Ø  Centralização do poder.
Ø  Fim dos cargos eletivos, passando para nomeações.
Ø  Reformas: administrativa, judiciária (nas cidades chave, Napoleão colocou apenas juízes que estivessem ao seu lado), bancária (criação do Banco da França, nos moldes do Banco da Inglaterra – os dois primeiros Bancos Centrais do mundo) e educacional (criação de escolas públicas, os Liceus, dos programas oficiais de ensino que ensinavam valores burgueses).
Ø  Criação do Código Civil: proteção à propriedade privada, servindo depois de molde para os códigos civis ocidentais).

Com as reformas, Napoleão trouxe a paz e sua popularidade cresceu absurdamente.Junto, cresceu sua ambição tornando-se cônsul vitalício e, posteriormente, Imperador hereditário.

Império (1804-1815)
1804: Declarou-se Imperador, iniciando uma sequência de guerras, refletindo o expansionismo burguês, disfarçado sob a ideia de expandir os direitos revolucionários.
Rivais da França: Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia.
Napoleão derrotou a Áustria e a Prússia e fez um acordo com a Rússia.
Bloqueio Continental (1806): diante da dificuldade de vencer a Inglaterra militarmente, Napoleão decretou o Bloqueio Continental proibindo o comércio com a Inglaterra. Esperava, com isso, quebrá-la economicamente. Todos os países que desrespeitassem o Bloqueio seriam invadidos (durou 5 anos).
Em resposta, a Inglaterra cria o Bloqueio Marítimo: qualquer embarcação francesa era perseguida pela esquadra inglesa.
Em 1807, as tropas de Napoleão invadiram a Espanha e, em seguida, Portugal. Após sofrer derrotas na Espanha, Napoleão viu-se obrigado a deixar os dois países.
Em 1810, a Rússia rompe o acordo e Napoleão resolveu invadi-la. A Campanha Russa foi um dos maiores desastres militares de todos os tempos, o inverno destruiu o exército Napoleônico. Arruinado, em 1814 Napoleão teve de renunciar ao trono francês e foi exilado na Ilha de Elba. Os vitoriosos ocuparam a França, restabeleceram a monarquia dos Bourbon e conduziram ao trono Luís XVIII, irmão do rei guilhotinado em 1793. Ao mesmo tempo, os países vitoriosos decidiram se reunir e traçar os destinos da Europa, organizando-se no Congresso de Viena, que foi interrompido pela volta de Napoleão.
O restabelecimento da monarquia dos Bourbon na França foi seguido do retorno dos nobres que haviam fugido do país no início da Revolução. Ao voltar, os exilados tentaram recuperar os antigos direitos e reaver seus bens, o que gerou grande insatisfação popular.
Percebendo que o momento era propício para intervir, mais uma vez, no cenário político, Napoleão fugiu de Elba e, em março de 1815, retomou o poder, no chamado Governo dos Cem Dias. Napoleão foi definitivamente vencido pelo militar inglês Arthur Wellesley, Duque de Wellington, na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em junho de 1815. Dessa vez, os ingleses o enviaram para um local mais distante: a Ilha de Santa Helena, em pleno Oceano Atlântico, onde morreu em maio de 1821.

Congresso de Viena 1815:
Ø  Restauração do absolutismo (a ideia era enterrar os ideais da Revolução, mas ideais jamais são enterrados).
Ø  Princípio da legitimidade: todos os reis depostos por Napoleão voltariam aos seus postos.
Ø  Equilíbrio europeu: Áustria+Rússia+Prússia dividem o mapa da Europa de acordo com seus interesses (isso visava garantir o absolutismo e impedir revoluções).
Ø Criação da Santa Aliança: acordo militar entre Áustria, Prússia, Rússia e Inglaterra, que determinava a invasão de qualquer país onde a monarquia fosse ameaçada.


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INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA

A Espanha havia sido invadida por Napoleão, o que permitiu a autonomia administrativa da América Espanhola, com o fortalecimento das Câmaras Municipais nas colônias. Com a queda de Napoleão, a Espanha tenta retomar a situação sobre as Colônias na América, o que leva os criollos a liderar os movimentos de independência.

Argentina - A Guerra de Independência da Argentina durou quinze anos e terminou com a vitória dos separatistas, que conseguiram consolidar sua independência e colaboraram para a independência de outros países da América do Sul.
Em 25 de maio de 1810, a República Argentina iniciou o caminho de unificação, mas foi no ano de 1816 que a nação se libertou, após o Congresso de Tucumán, onde foram realizadas diversas discussões entre os diferentes representantes das províncias, que manifestaram os interesses políticos de cada uma e suas posturas sobre o caminho a ser tomado para o benefício de todas. Os debates se estenderam até 9 de julho de 1816, quando todos os deputados aprovaram, por aclamação, a proposta de independência. As Províncias Unidas na América do Sul declararam formalmente sua independência da coroa espanhola, concluindo um complexo processo revolucionário de seis anos e iniciando outro, também complexo, que levaria a conformação da Nação Argentina, pela Constituição de 1826.

Paraguai - Buenos Aires (capital da Argentina) tornava-se mais poderosa e os líderes paraguaios insurgiam-se contra o declínio da importância de sua província. Também contestavam a autoridade espanhola, mas recusaram-se a aceitar a declaração de independência da Argentina (1810) como extensiva ao Paraguai. Nem mesmo anintervenção do exército argentino conseguiu efetivar a incorporação da província. Mais tarde, porém, quando o governador espanhol do Paraguai solicitou auxílio português para defender a colônia dos ataques de Buenos Aires, os paraguaios, liderados por Fulgencio Yegros, Pedro Juan Caballero e Vicente Ignácio Iturbide, depuseram o governador e proclamaram a independência do país a 14 de maio de 1811. Após curto período de anarquia, José Gaspar Rodríguez Francia implantou uma ditadura, reprimiu a oposição ao regime e isolou o Paraguai do resto do mundo, não mantendo relações com nenhum país e proibindo a emigração e a imigração, como meio de deter as ambições expansionistas do Brasil e da Argentina e a penetração estrangeira. A fim de evitar a necessidade de comércio exterior, o ditador estimulou a autossuficiência agrícola, mediante a introdução de novas culturas e desenvolveu as manufaturas. Essa política isolacionista contribuiu para preservar o caráter homogêneo do povo paraguaio e seu espírito de independência.

Venezuela: Em 1809 ocorreu a primeira Insurreição pela independência, encabeçada pelo general Francisco de Miranda. A independência foi proclamada em 5 de Julho de 1811, mas Miranda foi preso e foram necessários dez anos de luta contra as forças espanholas até a decisiva batalha de Carabobo (1821).
República da Grande Colômbia: Venezuela Colômbia, Equador e Panamá. Após a morte de Simón Bolívar, o grande herói da independência e grande articulador da ideia da Grande Colômbia, a Venezuela retirou-se do grupo.

Colombia -  Em 20 de Julho de 1810, acontece a primeira tentativa de proclamação da independência. Uma longa guerra pela independência liderada principalmente por Simón Bolívar e Francisco de Paula Santander, terminou em 7 de Agosto de 1819, após a Batalha de Boyaca. Neste ano, o Congresso de Angostura fundou a República da Grã-Colômbia. Pouco depois, houve falta de consenso entre federalistas e unionistas. Após vitórias dos primeiros, Venezuela e Equador se separam do país e constituem duas repúblicas separadas.

EquadorEm 1822, forças locais se organizaram e derrotaram o exército monarquista,  unindo- se à "Gran Colômbia", república fundada por Simón Bolívar, da qual só veio a separar-se no dia 13 de maio de 1830, sendo um dos três países que emergiram do colapso da "Grã-Colômbia”.

Panamá - Em 28 de novembro de 1821 proclamou sua independência. Poucos meses mais tarde, integrou-se à Grande Colômbia de Simón Bolívar, com o nome de departamento do Istmo. Sediou, pouco depois, o primeiro Congresso Interamericano, convocado por Bolívar em 1826. Em 1840 houve uma efêmera independência de 13 meses, seguida da reincorporação do território à Colômbia, como departamento do Panamá. Em 3 de novembro de 1903, um movimento separatista proclamou a independência do Panamá em relação à Colômbia. Os Estados Unidos reconheceram de imediato o novo Estado e enviaram forças navais que impediram a chegada de tropas colombianas para sufocar a rebelião. Quinze dias depois, foi firmado um Tratado que concedia aos Estados Unidos o uso, controle e ocupação perpétua da Zona do Canal, uma faixa de 16 km de largura, que atravessa o istmo. Em 1904 reiniciaram-se as obras do Canal do Panamá (liga o Oceano Pacífico ao Atlântico), que só foi aberto oficialmente ao tráfego em 15 de agosto de 1914.

Peru - No início do século XIX, enquanto a maioria da América do Sul era assolada por guerras de independência, o Peru continuava a ser um reduto monarquista  espanhol. A independência foi obtida apenas após as campanhas militares de José de San Martín e Simón Bolívar.

Chile - Entre 1810 e 1818 a colônia, então chamada de Reino do Chile, separou-se da Espanha e formou um governo independente, através de luta armada. O movimento da independência do Chile, liderado por Bernardo O’higgins, ocorreu no dia 12 de fevereiro de 1818.

México - Em 16 de setembro de 1810, a independência foi declarada pelo padre Miguel Hidalgo y Costilla, que formava o primeiro grupo insurgente, junto ao Capitão do exército do vice-reino, o espanhol Ignacio Allende, o Capitão de milícias Juan Aldama e "La Corregidora" Josefa Ortiz de Domínguez. Hidalgo e alguns de seus soldados foram capturados e executados por um pelotão de fuzilamento em 31 de julho de 1811. Após sua morte, a liderança foi assumida pelo padre José María Morelos, que ocupou as principais cidades do sul. Em 1813, foi convocado o Congresso de Chilpancingo e foi assinada a Ata solene da declaração de independência da América Setentrional. Morelos foi capturado e executado em 22 de dezembro de 1815. Nos anos seguintes, a revolta esteve perto do colapso, mas em 1820 o Vice-rei, Juan Ruiz de Apodaca, enviou um exército sob o comando do general criollo Agustín de Iturbide contra as tropas de Vicente Guerrero. Em vez disso, Iturbide aproximou-se de Guerrero para juntar forças, e em 1821 os representantes da Coroa espanhola e Iturbide assinaram o Tratado de Córdoba, que reconheceu a independência do México, nos termos do Plano de Iguala. Iturbide proclamou-se imediatamente imperador do Primeiro Império Mexicano. Uma revolta contra ele, em 1823, estabeleceu os Estados Unidos Mexicanos. Em 1824, uma Constituição da República foi elaborada.
O século XIX foi marcado pela instabilidade política, com o surgimento do Caudilhismo (caudilho: latifundiário). Os Caudilhos usavam o exército para atender seus interesses pessoais gerando uma série de Golpes de Estado.
Revolução Mexicana (1910): Porfirio Díaz, um general republicano, governou o México de 1876 a 1880 e depois de 1884 a 1911, em cinco reeleições consecutivas, período conhecido como Porfiriato, caracterizado por notáveis realizações econômicas, investimentos nas artes e ciências, mas também por desigualdade econômica e repressão política. A provável fraude eleitoral que levou à quinta reeleição de Díaz provocou a Revolução Mexicana de 1910, inicialmente liderada por Francisco I. Madero. Díaz renunciou em 1911 e Madero foi eleito presidente, mas deposto e assassinado durante um golpe de Estado, dois anos depois, dirigido pelo conservador general Victoriano Huerta. Evento esse que re-iniciou a guerra civil, envolvendo figuras como Francisco Villa e Emiliano Zapata, que formaram suas próprias forças. A terceira força, o exército constitucional liderado por Venustiano Carranza, conseguiu pôr fim à guerra, e radicalmente alterou a constituição de 1857 para incluir muitas das premissas e demandas sociais dos revolucionários, que foi chamada de Constituição de 1917.
Após a independência o Haiti regrediu de uma economia exportadora para uma economia de subsistência. Hoje é o país mais pobre da América.
Abaixo você encontra uma apresentação de slides para lhe ajudar:

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REVOLUÇÕES LIBERAIS (SÉCULO XIX)
O século XIX foi o século da burguesia. A Revolução Industrial e a Revolução Francesa consolidaram o capitalismo, abrindo espaço para a burguesia.

Entre 1815-1830: Restauração – período em que as monarquias absolutistas europeias estavam retomando o poder.
Revoluções de 1830:
França: A burguesia, apoiada pelo povo, derrubou o rei absolutista Carlos X, colocando em seu lugar o Rei Luís Filipe I (“o rei burguês”).
Itália/Alemanha: surgimento de movimentos nacionalistas contra o Congresso de Viena (Rússia, Prússia, Áustria - que dividiram a Europa de acordo com seus interesses, formando Impérios).

Entre 1830-1848:
França: A Revolução Industrial despertou as teorias socialistas. Muitos artesãos perderam seus empregos e foram contratados por baixos salários.
1846-1847: “Mal das Batatas”, a batata - base da alimentação europeia - teve mais da metade da safra perdida nesses anos, pois havia empedrado no solo, elevando o desemprego no campo, que somado ao desemprego nas cidades, elevaram as tensões sociais.  A burguesia reclamava do governo de Luís Filipe que não dava financiamentos devido à crise. Esses descontentamentos geraram críticas que foram repreendidas com censura (proibição dos banquetes – reuniões políticas).
Revolução de 1848: A burguesia industrial e os socialistas derrubaram o Rei Luís Filipe e proclamaram a República, porém o povo se manifestou contra decisões da burguesia (Primavera dos povos – essas manifestações se espalharam por toda Europa).
Na França -  as eleições presidenciais levaram Luís Napoleão Bonaparte (candidato da burguesia e sobrinho de Napoleão Bonaparte) a assumir o governo. Este inventou que os socialistas iriam fazer a reforma agrária (era mentira) já que não tinha sido feita por seu tio e pelos jacobinos, na Revolução Francesa.
No mesmo período, a burguesia propõs que, para ser eleitor, era necessário ter três anos de residência fixa (o objetivo era diminuir o número de eleitores). Luís fez um discurso condenando a proposta, buscando apoio popular para poder dar um golpe de Estado.
*18 do Brumário de Luís Napoleão: Fechou a AssembleiaLlegislativa e aumentou seu mandato de 4 para 10 anos. Posteriormente declarou-se imperador, com o título de Napoleão III, reconciliando-se com a burguesia, dando inicio ao período imperial (1852-1870). Para resolver a crise econômica iniciou um grande programa de obras públicas, porém estes empregos eram temporários, era preciso criar empregos e eliminar o excesso populacional. A saída foi expandir o território; Luís buscou conquistar colônias na África e Ásia, portanto, era necessário aumentar o exército (diminuição do desemprego). Com a conquista de colônias era preciso levar produtos de toda ordem para as mesmas (aumento da produção=diminuição do desemprego). Com estas medidas, Luís satisfez o povo e se manteve no poder. Em 1848, era clara a separação entre a burguesia e o povo.
Napoleão III entrou em guerra com a Prússia e acabou deposto, após perder a guerra em 1871. Dessa vez, o povo se negou a aliar-se à burguesia, formando a Comuna de Paris, quando expulsaram a burguesia e montaram um governo provisório baseado em ideias socialistas, esperando a união do restante do país.

No entanto, a burguesia dobrou o salário do exército e Paris foi invadida. Os revolucionários que não foram fuzilados foram deportados para a Guiana Francesa. Esta foi a primeira insurreição proletariada.

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UNIFICAÇÃO ITALIANA E ALEMÃ
Por que não houve a unificação durante a Idade Moderna:
Alemanha: devido à divisão religiosa entre católicos e protestantes, principalmente luteranos.
Itália: equiparação (igualdade) de poder entre as cidades e a existência dos Estados da Igreja.
1815-1870
Com o Congresso de Viena, em 1815, o fim da sociedade estamental e o surgimento das sociedades de classe, as pessoas passaram a identificar-se como cidadãos, dando origem ao nacionalismo.
Entre 1815 e 1848, as ideias de unificação foram conduzidas por liberais revolucionários (semelhantes aos Jacobinos franceses). A burguesia, por medo do poder revolucionário, não se aliou a esses liberais que, sem apoio financeiro, nada conseguiram. Em 1848, com a Primavera dos Povos, várias tentativas ocorreram, mas fracassaram. Somente com a entrada da burguesia o processo de unificação pôde acontecer. A partir de 1848, a burguesia tomou a liderança do processo de unificação, pois queriam atingir a Revolução Industrial, sendo, porém, relativamente pequenos, para concorrer com França e Inglaterra

A unificação Alemã
A liderança da unificação alemã ficou com a Prússia, pois este era o Estado alemão mais industrializado e maior potência militar alemã, além de ter grande importância política na Europa. Por volta de 1850, a Prússia já superava economicamente a Áustria, mas a liderança política veio apenas em 1862, quando o rei Guilherme I, um apaixonado pelas questões militares, começou a governar a Prússia, fazendo uma reforma em suas forças armadas. O exército da Prússia logo se transformou no melhor da Europa.
Otto von Bismarck - ocupou, entre outros cargos, o de embaixador na Rússia e na França.  Foi nomeado chanceler (primeiro-ministro). Membro da aristocracia alemã e também favorável a uma monarquia centralizada, Bismarck realizou uma política de aliança, intensificando a integração dos Estados alemães além de modernizar o exército, sendo isso de grande importância para as batalhas que aconteceriam nos anos seguintes.
Servindo-se da estratégia de exaltação do espírito nacionalista, criou uma política de guerras contra inimigos externos e contra a ocupação das regiões alemãs, o que auxiliou na expansão do território prussiano e, posteriormente, germânico.
 Em um período de sete anos (1864 - 1871), três guerras de destaque foram decisivas para a unificação dos Estados germânicos: A Guerra dos Ducados (1864), a Guerra Austro-Prussiana (1866) e a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871).

Guerra dos Ducados (1864): Em fevereiro de 1864 a Prússia juntou-se à Áustria em uma guerra contra a Dinamarca, pelo domínio dos ducados de Schleswig e Holstein. Em outubro de 1864, Prússia e Áustria saíram vitoriosas e a Dinamarca viu-se obrigada a assinar o Tratado de Paris, pelo qual cedia Schleswig e Holstein para os vencedores.
Guerra Austro-Prussiana (1866): Em 1866, a Prússia, com o auxilio da Itália, também em processo de unificação nacional, entrou em Guerra contra a Áustria. A vitória prussiana veio após a Batalha de Königgrätz, em Sadowa (3 de Julho de 1866). No dia 23 de Agosto de 1866, foi firmado o acordo de paz em Praga (Tchecoslováquia). Com a vitória, a Prússia expulsou a Áustria da Alemanha, evitando assim uma tentativa da Áustria de subjulgar a Alemanha.
A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871): Apesar de a Áustria ter sido derrotada pela Prússia, o sul da Alemanha era constituído por democratas, que aspiravam a uma Alemanha liberal, se opondo à união com a Prússia de Bismarck, que era um Estado militarista. Visando eliminar este entrave à unificação do norte com o sul, Bismarck necessitava de um inimigo comum que os uniria e possibilitaria a futura unificação; e este inimigo seria a França, de Napoleão III. Além disso, tomar a Alsácia Lorena da França era vital, pois a região era rica em minério de ferro, essencial para a Revolução Industrial.

Unificação Italiana
As primeiras tentativas de libertação do território italiano foi uma organização revolucionária chamada de Jovem Itália liderada por Giuseppe Mazzini, republicano que defendia a independência e a transformação da Itália numa república democrática.
Em 1848, os seguidores de Mazzini promoveram manifestação contra a dominação austríaca em territórios italianos, mas foram vencidos pelo poderoso exército austríaco. Apesar da derrota, o ideal nacionalista permaneceu forte e a partir dessa época, a luta pela unificação passou a ser liderada pelo Reino do Piemonte-Sardenha.
O Conde de Cavour, um dos líderes do Risorgimento (movimento que pretendia fazer a Itália reviver seus tempos de glória), representava todos os que desejavam a unificação. Para alcançar tal objetivo, Cavour teve o apoio da burguesia e dos proprietários rurais e colocou em prática um plano de modernização da economia e do exército do Piemonte. Aproximou-se da França e conseguiu ajuda militar para enfrentar a Áustria.
Com a ajuda da França, o exército de Cavour obteve expressivas vitórias e a Áustria, derrotada, foi forçada a entregar o reino do Piemonte. Quase ao mesmo tempo, o revolucionário Giuseppe Garibaldi atacou o Reino das Duas Sicílias e criou condições para sua libertação do domínio estrangeiro. Decidiram então, através de um plebiscito, serem governados, também, pelo rei do Reino Sardo-Piemontês Victor Emanuel II.
Com a maior parte do atual território italiano, em 1861, Victor Emanuel II foi proclamado rei da Itália, mas, para que a unidade fosse completada era necessário conquistar Veneza e Roma. Veneza foi incorporada no ano de 1866 e Roma em 1870, passando a ser capital da Itália no ano seguinte.

O papa Pio IX não aceitou a perda dos domínios territoriais da Igreja e rompeu relações com o governo italiano, considerou-se prisioneiro e fechou-se no Vaticano. Assim nasceu a Questão Romana que só foi resolvida em 1929 quando foi assinado o Tratado de Latrão. Por esse acordo, foi criado o Estado do Vaticano, dirigido pela Igreja Católica.

     Com a Revolução Indus­trial cresce o nú­mero de desempregados europeus, que mi­gram para os EUA ou América do Sul. A Itá­lia e a Alemanha precisa­vam conquistar mercado con­sumidor, fator que le­vou os dois países a se envol­verem nas duas Guerras Mun­diais durante o sé­culo XX.






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EVOLUÇÃO DO SOCIALISMO
O Socialismo apresentou-se como uma crítica ao capitalismo.
± 1800: Socialismo Utópico
Pensamento socialista primeiramente formulado por Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858).
O nome vem da obra Utopia de Thomas More (1478-1535), a derivação utópico pode ser entendida como lugar que não existe; imaginário. Os primeiros socialistas que propuseram a construção de uma sociedade igualitária foram posteriormente definidos como utópicos por seus opositores marxistas, devido ao fato de seus teóricos exporem os princípios de uma sociedade ideal sem indicar os meios para alcançá-la.
Os socialistas utópicos acreditavam que a implantação do sistema socialista ocorreria de forma lenta e gradual, estruturada no pacifismo, inclusive na boa vontade da própria burguesia.

1848: Socialismo Científico ou Marxismo
O marxismo se baseia no materialismo e no socialismo científico, constituindo ao mesmo tempo uma teoria geral e o programa dos movimentos operários. Em razão disso, o marxismo forma uma base de ação para estes movimentos, porque eles unem a teoria com a prática.
Analisando o capitalismo, Marx desenvolveu uma teoria para o valor dos produtos: o valor é a expressão da quantidade de trabalho social utilizado na produção da mercadoria. No sistema capitalista, o trabalhador vende ao proprietário a sua força de trabalho, muitas vezes o único bem que têm, tratada como mercadoria, e submetida às leis do mercado, como concorrência, baixos salários. A diferença entre o valor do produto final e o valor pago ao trabalhador, Marx deu o nome de mais-valia, que expressa, portanto, o grau de exploração do trabalho (simplificando podemos dizer que é o lucro).
Os empregadores tem uma tendência natural de aumentar a mais-valia, acumulando cada vez mais riquezas e isso seria a contradição interna do capitalismo, pois levaria o sistema ao estrangulamento e autodestruição.
Segundo Marx, só poderia haver socialismo num Estado socialista e para sobrevivência era necessário haver um processo revolucionário constante, expandindo o socialismo por todo o globo. Para ele também era de vital importância que o país atingisse o auge do capitalismo para que ocorresse a revolução, a qual seria feita pelo proletário urbano, já que o camponês não teria consciência política.
Com a Revolução Proletária, a propriedade privada (meios de produção) passaria para o Estado que reinvestiria os lucros no social. Com a revolução contínua, haveria um mundo socialista e consequentemente o fim dos desejos de consumo, gerando um equilíbrio social (se ganha bem, para viver bem), com isso as leis e o Estado poderiam ser suprimidos alcançando o Comunismo.
Anarquismo
Quando falamos em “anarquia”, muitos acreditam que a expressão tem a ver com qualquer evento ou lugar carente de organização. Contudo, essa apropriação contemporânea está bem distante das teorias que integram o chamado pensamento anarquista, estabelecido logo depois que as contradições e injustiças do sistema capitalista já se mostravam visíveis no século XVIII.
Os anarquistas concordavam que toda instituição dotada de poderes impedia o alcance da liberdade. Dessa forma, o Estado, a Igreja e muitos costumes são criticados na condição de verdadeiros entraves para o alcance de um mundo regido por pessoas livres. Paralelamente, as diferenças que identificam as classes sociais também seriam combatidas por meio da extinção das propriedades privadas.
Em uma sociedade desprovida de Estado, a produção e o gerenciamento das riquezas seriam estipulados por meio de ações cooperativistas. Nesse contexto, todos alcançariam condições de possuírem uma vida minimamente confortável e ninguém teria sua força de trabalho explorada em benefício de um terceiro. Logo, a violência e a miséria dariam lugar para um novo mundo regido pela felicidade da ampla maioria.
Assim como os socialistas, os anarquistas acreditavam na expressa necessidade de se realizar um movimento revolucionário que combatesse as autoridades vigentes. Apesar de tal concordância, os anarquistas não acreditavam que uma ditadura do proletariado fosse realmente necessária para que a sociedade comunista fosse alcançada. Em sua visão, a substituição de um governo por outro somente fortaleceria novas formas de repressão e desigualdade.

Socialismo
Comunismo
Anarquismo
Meios e bens de produção nas mãos do Estado (ditadura do Proletariado)
Ponto máximo do socialismo; educação da sociedade = fim do Estado;
Extinção de qualquer forma de governo; cidadania levada às últimas consequências; cooperativismo;



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IMPERIALISMO OU NEOCOLONIALISMO
Definição
Domínio de um povo ou nação sobre outro(s) povo(s) ou nação(ões) num determinado momento da História. Hoje se usam os termos: hegemonia ou unilateralismo; como antônimo, temos o multilateralismo.
Colonialismo
Neocolonialismo
- Século XVI ao início do XIX
- Capitalismo comercial (mercantilismo)
- Américas
- Gêneros tropicais e metais preciosos
- Expansão da fé cristã (desculpa era que eles, europeus, estavam levando o cristianismo e salvando as almas dos índios).
- Final do século XIX e início do XX
- Capitalismo financeiro
- Ásia e África
- Matéria-prima e mercado consumidor
- “Fardo do Homem Branco” (desculpa era que eles, europeus, estavam levando a civilização e o progresso – eurocentrismo).



1875-1914 – Era do Imperialismo
O imperialismo necessita de muito dinheiro, por se tratar de um investimento de longo prazo. O dinheiro em questão vinha da exploração do trabalhador no século XIX, durante a Revolução Industrial: com o aumento da velocidade de produção e com os baixos salários pagos, gerou uma maior velocidade do acúmulo de capital.
Com os grandes conglomerados industriais e o crescimento do número de bancos e das Bolsas de Valores, surge o capitalismo financeiro (fusão do capital bancário e do capital industrial). O banqueiro compra ações da indústria e o industrial compra ações dos bancos, gerando uma diversificação de investimentos e fortalecendo a burguesia.  
Como toda crise, em qualquer setor, afeta o burguês, este passa, então, a entrar no governo (diretamente ou através de representantes) e a transformar o Estado num instrumento para atingir os seus objetivos. Isto explica o processo de colonização da África e da Ásia, por parte dos países europeus.

1885 – Conferência de Berlim

   A Conferência de Berlim determinou a divisão da África entre os países europeus, sendo Inglaterra e França os que mais lucraram, enquanto a Alemanha ficou com colônias insignificantes.
Com o processo de descolonização iriam ocorrer guerras civis, pois a divisão foi arbitrária e uniu povos de etnias rivais num mesmo território (essa técnica foi utilizada para evitar revoltas durante o período colonial).


Resistência ao domínio colonial
Guerras dos Bôeres – África do Sul
As guerras dos bôeres foram dois confrontos armados na atual África do Sul.  Os colonos de origem holandesa e francesa (os chamados bôeres), se opuseram ao exército britânico, que pretendia se apoderar das minas de diamante e ouro, recentemente encontradas naquele território. Em consequência das guerras, os bôeres ficaram sob o domínio britânico, com a promessa de autogoverno.
A Primeira Guerra dos Bôeres foi travada entre 1880 e 1881 e garantiu a independência da República Bôer do Transvaal, com relação à Grã-Bretanha. Contudo, em outubro de 1899, o constante aumento da pressão militar e política britânica, incitou o presidente do Transvaal (Paul Kruger) a dar um ultimato, exigindo garantia da independência da República e cessação da crescente presença militar britânica nas colônias do Cabo e de Natal. Tal atitude foi tomada como inaceitável pelos britânicos, dando início à Segunda Guerra dos Bôeres, travada entre 1899 e 1902, levando à criação da União Sul-Africana, através da anexação das Repúblicas Bôeres do Transvaal e do Estado Livre de Orange às colônias britânicas do Cabo e de Natal.
Revolta dos Cipaios – Índia
A Revolta dos Cipaios, de 1857 a 1858, foi um período prolongado de levantes armados e rebeliões na Índia setentrional e central, contra a ocupação britânica daquela porção do subcontinente.
Pequenos incidentes de descontentamento em janeiro de 1857, envolvendo incêndios criminosos em acantonamentos, foram os precursores da rebelião. Posteriormente, instalou-se uma revolta em grande escala, tornando-se uma guerra aberta nas regiões afetadas. O conflito causou o fim do governo da Companhia Britânica das Índias Orientais e o início da administração direta de grande parte do território indiano, pela Coroa Britânica, pelos noventa anos seguintes.

Guerras do Ópio – China
As Guerras do Ópio (ou Guerra Anglo-Chinesa) foram conflitos armados ocorridos entre a Grã-Bretanha e a China nos anos de 1839-1842 e 1856-1860.
Em 1830, os ingleses obtiveram exclusividade das operações comerciais no Porto de Cantão. A China exportava seda, chá e porcelana (moda no continente europeu), a Inglaterra sofria um grande déficit comercial em relação à China. Para compensar suas perdas econômicas, a Grã-Bretanha traficava o ópio indiano para a China. O governo de Pequim resolveu proibir o tráfico de ópio. Isso levou Londres a declarar guerra à China, pois pretendia conservar este lucrativo comércio.
A Primeira Guerra do Ópio (1839-1842): Em 1839, diante do assassinato brutal de um súdito chinês por marinheiros britânicos embriagados em Cantão, o comissário imperial chinês ordenou a expulsão de todos os ingleses da cidade. Na ocasião, o governo chinês confiscou e destruiu cerca de 20 mil caixas de ópio nos depósitos britânicos, expulsando da China os seus responsáveis, súditos da Grã-Bretanha.
Esses fatos serviram de pretexto para que a Grã-Bretanha declarasse guerra à China, na chamada Primeira Guerra do Ópio (1839-1842). Em 1840, a esquadra britânica afundou boa parte dos obsoletos juncos à vela (embarcações da marinha de guerra chinesa), sitiou Cantão, bombardeou Nanquim e bloqueou as comunicações terrestres com a capital, Pequim.
O conflito foi encerrado em Agosto de 1842, com a assinatura do Tratado de Nanquim, o primeiro dos chamados "Tratados Desiguais", pelo qual a China aceitou suprimir o sistema de Co-Hong (companhia governamental chinesa), abrir cinco portos ao comércio de ópio britânico (Cantão, Amói, Fuchou, Ningpo e Xangai), pagar uma pesada indenização de guerra e entregar a ilha de Hong Kong. A Ilha ficaria sob o domínio inglês por 155 anos. Como garantia do direito de comércio de ópio, assim obtido, um navio de guerra britânico ficaria permanentemente ancorado em cada um desses portos.
Apesar do acordo com a China, a situação continuou a não satisfazer as ambições imperialistas dos ingleses. O comércio de ópio não progredia tão rapidamente como o pretendido, uma vez que os mandarins (autoridades) locais se atrasavam na resolução dos assuntos que iam surgindo. Assim, a situação não era conforme os interesses dos ocidentais.
A Segunda Guerra do Ópio (1856-1860): Em 1856, oficiais chineses abordaram e revistaram o navio de bandeira britânica, Arrow. Os franceses aliaram-se aos britânicos no ataque militar, lançado em 1857.  As forças aliadas operaram ao redor de Cantão, de onde o vice-rei prosseguia com uma política protecionista. Mais uma vez, a China saiu derrotada e, em 1858, as potências imperialistas ocidentais exigiram que a China aceitasse o Tratado de Tianjin. De acordo com este tratado, onze novos portos chineses seriam abertos ao comércio de ópio com o Ocidente e seria garantida a liberdade de movimento aos traficantes europeus e missionários cristãos. Quando o imperador se recusou a ratificar o acordo, a capital, Pequim, foi ocupada. Após a Convenção de Pequim (1860), o Tratado de Tianjin foi aceito. A China criou um Ministério dos Negócios Estrangeiros, permitiu que se instalassem legações ocidentais na capital e renunciou ao termo "bárbaro", usado nos documentos chineses para denominar os ocidentais.
Consequências: Em 1900, o número de portos abertos ao comércio com o ocidente, chamados de "portos de tratado", chegava a mais de cinquenta, sendo que todos os países Europeus, assim como os Estados Unidos da América, tinham concessões e privilégios comerciais.
A ilha de Hong Kong permaneceu em poder dos britânicos até ser devolvida à China, em Julho de 1997. O estatuto de Macau  (colônia do Império Português, a cerca de 60 km da colônia britânica), foi prorrogado. Macau devolvida apenas em 20 de Dezembro de 1999.

Guerra dos Boxers – China
O Levante, Rebelião ou Guerra dos boxers (1899-1900), foi um movimento popular antiocidental e anticristão na China.
A sociedade secreta dos Punhos Harmoniosos e Justiceiros, que se opunha à expansão estrangeira, sustentava que, com treino adequado, incluindo o ritual do boxe chinês, os seus membros poderiam vencer os ocidentais, que usavam armas de fogo.
O movimento começou na província de Shandong e teve suas raízes na pobreza rural e no desemprego, cuja responsabilidade era atribuída às importações do Ocidente. Os boxers atacaram as missões evangélicas e demais estabelecimentos estrangeiros, cortaram as linhas telefônicas e as vias férreas. Impelidos em direção ao oeste, os missionários, chineses e cristãos, além daqueles que possuíam bens estrangeiros, foram atacados também. O movimento foi apoiado pela imperatriz e alguns governadores de províncias.
Em 17 de junho de 1900 os boxers cercaram as legações diplomáticas estrangeiras em Beijing por dois meses.
Para sufocar a rebelião, organizou-se uma força internacional colonialista, composta de 20 mil soldados russos, americanos, britânicos, franceses, japoneses e alemães, que foi enviada para ocupar a sede imperial, onde penetrou a 14 de Agosto de 1900, rendendo, ocupando e saqueando a capital.
As forças estrangeiras negociaram pesadas reparações em dinheiro; os Boxers reagiram com vingança em 1901. A monarquia salvou-se aceitando a liquidação das sociedades secretas, o pagamento de uma indenização de guerra e a proibição de importar armas de fogo.
              Depois dessa aberta e brutal intervenção militar, o outrora orgulhoso Império Celestial definitivamente tornou-se a "colônia de todas as metrópoles". Para difamar ainda mais as autoridades do império os colonialistas obrigaram a que fossem chineses os carrascos que executaram as sentenças de morte dos principais líderes da rebelião. O levante fez com que aumentasse a interferência estrangeira na China, com a consequente diminuição da autoridade da dinastia Quing. 


Japão: único país que não cedeu ao Neocolonialismo, devido à sua rápida passagem (50 anos) para o capitalismo.
Durante a Era Meiji, o imperador transformou os latifundiários em acionistas da modernização. Em 50 anos, o Japão saiu do feudalismo para a industrialização, sendo a lealdade feudal transferida para a relação patrão-empregado. Essa lealdade impede que o Japão demita em massa, até hoje, pois quebra lealdade; também porque as empresas investem muito no funcionário: demiti-lo representa uma perda de investimento.

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I GUERRA MUNDIAL – 1914-1919


A primeira Guerra Mundial foi um conflito em larga escala, marcado pelo acirramento das tensões econômicas, políticas e sociais na Europa durante o final do século XIX e início do século XX: um choque de imperialismos, diretamente relacionado à corrida neocolonial, provocada neste período, pelas potências capitalistas.
O processo de partilha das terras afro-asiáticas ocorreu de forma desigual, favorecendo a França e a Inglaterra. A Itália e a Alemanha entravam atrasadas nesse processo, pois suas unificações demoraram a acontecer. Quando a Alemanha e a Itália passaram a ter condições de colonizar territórios afro-asiáticos, a França e a Inglaterra já haviam ocupado praticamente todo esse território. O resultado foi um cenário político de um intenso jogo de forças entre os países possuidores de grandes impérios coloniais e aqueles menos favorecidos, neste sentido.

Fatores da situação conflituosa
Disputa colonial – Buscando novos mercados para a venda de seus produtos, os países industrializados entravam em choque por colônias na África e na Ásia;
Concorrência econômica – Todas as potências industriais dificultavam a expansão econômica do país concorrente. (Principalmente Inglaterra X Alemanha);
Disputa nacionalista – Surgiram na Europa movimentos nacionalistas, que pretendiam agrupar os povos de raízes culturais semelhantes, formando  um mesmo Estado. O nacionalismo exacerbado provocava um forte desejo de expansão territorial.

Principais Movimentos Nacionalistas
Pan-eslavismo: Liderado pelo Império Russo, pregava a união de todos os povos eslavos da Europa Oriental, principalmente aqueles que se encontravam dentro do Império Austro-Húngaro, notadamente na região dos Bálcãs.
Pan-germanismo: Liderado pela Alemanha, pregava a união de todos os povos de cultura germânica da Europa Central, sob sua liderança. 
Revanchismo Francês: era consequência da guerra franco-prussiana em 1870, quando a França perdeu os territórios da Alsácia-Lorena (região rica em ferro e carvão) para os alemães. Esse território voltou para o domínio francês somente após o término da I Guerra Mundial.

Paz Armada
Diante de todas essas situações conflituosas, a Europa passou a ser um “barril de pólvora”. Diante de uma eminente guerra, iniciou-se o período em que as principais potências viveram uma corrida armamentista, estimulando a produção de armas e fortalecendo seus exércitos – a paz armada.

Política de Alianças
Foi no cenário tenso da “paz armada” que as grandes potências firmaram tratados de alianças, no intuito de somar forças para enfrentar a potência rival. Dois blocos foram formados:
Tríplice Entente: Inglaterra, França e Rússia
Tríplice Aliança: Alemanha, Áustria e Itália.


Durante a “segunda fase” da guerra (guerra de trincheiras), a Itália abandonou a Tríplice Aliança e aliou-se à Tríplice Entente, em troca da promessa de territórios na Península Balcânica (França).
 A Rússia abandona a guerra na “terceira fase” do conflito, diante da Revolução Russa. Nessa mesma fase, os EUA entram nos campos de batalha europeus.

­Principais conflitos que antecederam a Grande Guerra
Crise do Marrocos: Entre 1905 e 1911, França e Alemanha quase chegaram à guerra, por causa da disputa da região do Marrocos, no norte da África. Em 1906, foi convocada uma Conferência Internacional, na cidade espanhola de Algeciras, com o objetivo resolver as disputas entre franceses e alemães. Essa conferência deliberou que a França teria supremacia sobre o Marrocos, enquanto à Alemanha caberia uma pequena faixa de terras no sudoeste africano. A Alemanha não se conformou com a decisão desfavorável e, em 1911, surgiram novos conflitos com a França pela disputa da África. Para evitar a guerra, a França concedeu à Alemanha uma considerável parte do Congo francês.
Crise balcânica: No continente europeu, um dos principais focos de atrito entre as potências era a Península Balcânica, onde o enfraquecimento do Império Otomano cedeu lugar ao nacionalismo da Sérvia e ao expansionismo da Áustria-Hungria. Em 1908, a Áustria anexou a região da Bósnia-Herzegovina, ferindo aos interesses da Sérvia, que pretendia incorporar aquelas regiões habitadas por eslavos e criar a Grande Sérvia. Por último, duas guerras na região, em 1912 e 1913, acirraram mais ainda os ânimos naquela área. Os movimentos nacionalistas da Sérvia passaram a reagir violentamente contra a anexação austríaca da Bósnia-Herzegovina. Foi um incidente ligado ao movimento nacionalista sérvio que serviu de estopim para o inicio da guerra.

O estopim
Dentre os grupos nacionalistas sérvios existia um, chamado "Mão Negra". Fazia parte desse grupo um indivíduo chamado Gavrilo Princip, e foi ele quem assassinou Francisco Ferdinando, príncipe herdeiro do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.
A Sérvia tinha um acordo sigiloso de apoio da Tríplice Entente. Quando a Sérvia foi invadida, a Tríplice Entente ( ver países participantes) foi em seu socorro.


Passos iniciais
28 de julho: O Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia;
29 de julho: Em apoio à Sérvia, a Rússia mobiliza seus exércitos contra o Império Austro-Húngaro e contra a Alemanha;
1º de agosto: A Alemanha declara guerra à Rússia;
3 de agosto: A Alemanha declara guerra à França. Para atingi-la, mobiliza seus exércitos e invade a Bélgica, que era um país neutro;
4 de Agosto: A Inglaterra exige que a Alemanha respeite a neutralidade da Bélgica. Como isso não ocorre, declara guerra à Alemanha.

Fases da Guerra
Primeira fase (1914-1915): Essa fase foi marcada pela imensa movimentação dos exércitos beligerantes. Ocorreu uma rápida ofensiva das forças alemãs, e várias batalhas foram travadas, principalmente em território francês, para deter esse avanço. Em setembro de 1914, uma contraofensiva francesa deteve o avanço alemão sobre Paris (Batalha do Marne). A partir desse momento, a luta na frente ocidental entrou num período de equilíbrio entre as forças em combate.
 Segunda Fase (1915-1916): Na frente ocidental, essa fase foi marcada pela guerra de trincheiras: os exércitos defendiam suas posições utilizando-se de uma extensa rede de trincheiras que eles próprios cavavam. Enquanto isso, na frente oriental, o exército alemão impunha sucessivas derrotas ao exército russo, mal treinado e mal armado. Apesar disso, a Alemanha não teve fôlego para conquistar a Rússia. Em 1915, a Itália, que até então se mantivera neutra, traiu a aliança que fizera com a Alemanha e entrou na guerra ao lado da Tríplice Entente. O conflito foi se alastrando e tornou-se cada vez mais trágico. Novas armas, como o canhão de tiro rápido, o gás venenoso, o lança-chamas, o avião e o submarino, faziam um número crescente de vítimas.
Terceira fase (1917-1918): Em 1917, ocorreram dois fatos decisivos para o desfecho da guerra: a entrada dos Estados Unidos no conflito e a saída da Rússia.
Os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Inglaterra e da França.  Alegaram terem interceptado um telegrama da Alemanha para o Ministério de Relações Exteriores do México, que falava da invasão dos EUA (Telegrama Zimmermann, depois descoberto que era falso). Esse apoio tem uma explicação simples: os americanos tinham feito grandes investimentos nesses países e queriam assegurar o seu retorno financeiro.
Outras nações também se envolveram na guerra. Turquia e Bulgária juntaram-se à Tríplice Aliança, enquanto Japão, Portugal, Romênia, Grécia, Brasil, Canadá e Argentina colocaram-se ao lado da Entente.
A Rússia saiu da Guerra devido à Revolução Socialista, ocorrida em seu território, no final de 1917.
A partir de julho de 1918, ingleses, franceses e americanos organizaram uma grande ofensiva contra seus oponentes. Sucessivamente, a Bulgária, a Turquia e o Império Austro-Húngaro depuseram armas e abandonaram a luta.
A Alemanha ficara sozinha e sentindo a iminência da derrota militar, as forças políticas de oposição provocaram a abdicação do imperador Guilherme II. Imediatamente, foi proclamada a República alemã, com sede na cidade de Weimar, liderada pelo Partido Social Democrata. Em 11 de novembro de 1918, a Alemanha assinou uma convenção de paz em condições bastante desvantajosas.

Tratado de Versalhes
No período de 1919 a 1929, realizou-se no Palácio de Versalhes, na França, uma série de conferências, com a participação de 27 estados nações vencedoras da Primeira Guerra Mundial. Lideradas pelos representantes dos Estados Unidos, da Inglaterra e da França, essas nações estabeleceram um conjunto de decisões, que impunham duras condições à Alemanha.
Ø  Entregar a região da Alsácia-Lorena à França.
Ø  Ceder outras regiões à Bélgica, à Dinamarca e à Polônia.
Ø  Entregar quase todos os seus navios mercantes à França, Inglaterra e Bélgica.
Ø  Pagar uma enorme indenização em dinheiro aos países vencedores.
Ø  Reduzir o poderio militar dos seus exércitos, sendo proibida de possuir aviação militar.
         Esse conjunto de decisões humilhantes, impostas à Alemanha, provocou a reação das forças políticas germânicas que se organizaram no país, no pós-guerra. Formou-se, assim, uma vontade nacional alemã, que reivindicava a revogação das duras imposições do Tratado de Versalhes. O nazismo soube explorar muito bem essa "vontade nacional alemã", gerando um clima ideológico para fomentar a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).
Alguns outros tratados também foram assinados, inclusive os que davam origem a novos países, entre eles, o Tratado de Saint Germain e o Tratado de Savres.



A Liga das Nações
Em 28 de abril de 1919, a Conferência de Paz de Versalhes aprovou a criação da Liga das Nações (ou Sociedade das Nações), atendendo proposta do presidente dos Estados Unidos. Tinha como missão agir como mediadora no caso de conflitos internacionais, procurando, assim, preservar a paz mundial.
A Liga das Nações logo se revelou uma entidade sem força política, devido à ausência das grandes potências. O Senado americano vetou a participação dos Estados Unidos na Liga, pois discordava da posição fiscalizadora dessa entidade em relação ao cumprimento dos tratados internacionais firmados no pós-guerra. A Alemanha não pertencia à Liga e a União Soviética foi excluída.

Ascensão dos EUA
A crise que a Europa herdou da Primeira Guerra Mundial veio beneficiar aos Estados Unidos, que despontaram, nos anos pós-guerra, com uma das mais poderosas potências mundiais.
Um dos grandes fatores que colaboraram para a ascensão econômica dos Estados Unidos foi a sua posição de neutralidade durante boa parte da Primeira Guerra Mundial. Assim, puderam desenvolver sua produção agrícola e industrial, fornecendo seus produtos às potências europeias envolvidas no conflito.
Por outro lado, enquanto as potências europeias estavam compenetradas no esforço de guerra, os Estados Unidos aproveitaram-se para suprir outros mercados mundiais, na Ásia e na América Latina. Terminada a Guerra, a Europa arrasada tornou-se um grande mercado dependente de exportações americanas. Possuindo aproximadamente a metade de todo o ouro que circulava nos mercados financeiros mundiais, os Estados Unidos projetavam-se como maior potência financeira mundial do pós-guerra.

Consequências Gerais da I Guerra Mundial.
Ø  Revolução Russa.
Ø  Nazifacismo.
Ø  Crise de 1929.
Ø  II Guerra Mundial.

 Participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) envolveu a participação de muitos países e o Brasil não ficou de fora deste contexto.
Nos três primeiros anos da guerra, o Brasil permaneceu neutro. Porém, em 5 de abril de 1917, um submarino alemão atacou um navio brasileiro (o vapor Paraná, da Marinha Mercante), carregado de café. Neste ataque, próximo ao litoral francês, três brasileiros foram mortos. Em 20 de maio, outro navio brasileiro (o Tijuca), navegando em águas francesas, foi torpedeado por um submarino alemão. Estes fatos foram o estopim para a entrada do Brasil no conflito.
O Brasil declarou guerra aos países da Tríplice Aliança (Alemanha e Império Austro-Húngaro) em 1 de junho de1917. Não enviou soldados para os campos de batalha na Europa, nenhum militar brasileiro foi morto durante o conflito armado mundial.
O Brasil participou enviando medicamentos e equipes de assistência médica para ajudar os feridos da Tríplice Entente (Reino Unido, França, Rússia e Estados Unidos).Também participou realizando missões de patrulhamento no Oceano Atlântico, utilizando embarcações militares.
Os benefícios da Primeira Guerra para a economia brasileira
Durante os quatro anos da Primeira Guerra, os países europeus envolvidos no conflito voltaram a produção de suas indústrias para a fabricação de armamentos e equipamentos para os soldados. Por isso, Brasil ficou sem opções para importar produtos manufaturados da Europa. Ricos cafeicultores brasileiros, aproveitaram o momento e investiram seu capital acumulado na indústria, favorecendo assim a industrialização do Brasil.
O Brasil também lucrou muito exportando matérias-primas para os países em guerra, principalmente, a borracha. Também exportou muitos produtos agrícolas (café, cacau e açúcar).


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REVOLUÇÃO RUSSA - 1917

 Características da Rússia antes da Revolução de 1917:
Ø  Monarquia absolutista – Czarismo (equivalia ao absolutismo francês, do século XVIII) - era governada pelo czar
Ø  A servidão só tinha sido abolida em 1860.
Ø  A burguesia era fraca.
Ø  A Rússia era um país agrário.
Ø  A Industrialização era apoiada em capitais estrangeiros.

Partidos do início do século XX
KD – constitucional democrático – burgueses
PSD – partido social democrático (clandestino) ­– Eram comunistas, divididos entre Mencheviques (minoria evolucionista, liderados por Kerensky e Martov – marxismo ortodoxo) e Bolcheviques (maioria revolucionária, liderados por Lênin, Trotsky e, em segundo plano, por Stálin – marxismo leninista).
Para Marx, o ideólogo do comunismo, a revolução só era possível após o país atingir o auge do capitalismo (imperialismo). Para Lênin não era preciso chegar ao auge, bastava fazer a revolução e depois fazer as mudanças necessárias para desenvolver o país.
Para Lênin, a chave para esse desenvolvimento e para a revolução eram os sovietes (assembleias populares). Nos sovietes, qualquer pessoa podia ter a palavra; neles é que eram tomadas as decisões e podiam ocorrer em qualquer local, desde que fossem concêntricos – mesma base:  o soviete da rua submetia-se ao do bairro, que por sua vez submetia-se ao da cidade e, assim, sucessivamente).

Revolução de 1905
A Rússia entrou em guerra com o Japão por causa da Península da Manchúria e foi derrotada. A derrota para o Japão aumentou o clima de insatisfação do povo russo, além disso, a guerra gerou uma alta dos preços de alimentos que, somados ao racionamento de energia e aos baixos salários, fez com que o povo se rebelasse.
Um grande movimento em São Petersburgo deslocou-se até o Palácio de Inverno para entregar uma carta ao Czar pedindo reformas. O Czar Nicolau II mandou fuzilar os manifestantes, inclusive mulheres e crianças. Esse episódio ficou conhecido com Domingo Sangrento e deu ânimo à Revolução. Greves e revoltas estouram em várias partes da Rússia e foi então que o Czar tomou a decisão de abrandar o regime. Uma assembleia constituinte foi convocada (a conhecida DUMA), a Revolução esfriou e Lênin fugiu para a Suíça.  A Revolução de 1905, que na verdade não ocorreu, ficou conhecida como O Grande Ensaio.
Com a entrada da Rússia na I Guerra Mundial, em 1914, a oportunidade para a Revolução se tornou possível

Revolução burguesa de fevereiro de 1917
No ano de 1917, todos os antagonismos (diferenças) de classe se voltaram para um objetivo comum: derrubar o poder absolutista do Czar Nicolau II: trabalhadores das indústrias, camponeses e soldados russos se voltaram contra o czar, tirando-o do poder. Feito isso, instalou-se um governo provisório republicano formado por liberais e progressistas, que constituíam as bases do partido menchevique (Kerenski). Seu principal objetivo: transformar a Rússia em uma República parlamentarista democrática.
Os planos de Kerenski (menchevique) foram executados, mas sua visão divergia dos marxistas revolucionários. Para Kerenski, seria necessário primeiramente o desenvolvimento das forças produtivas (indústrias russas) como uma etapa fundamental para se chegar a uma revolução burguesa, para depois se alcançar o socialismo. Kerenski governou sem atender às reivindicações da sociedade, não retirou a Rússia da guerra, nem resolveu o problema da fome e da miséria da população, com crescente impopularidade.
Os trabalhadores e camponeses, juntamente com o partido bolchevique, organizaram os sovietes (Conselhos de operários, camponeses e soldados) para derrubar os Mencheviques do poder. Em julho de 1917, começavam os primeiros confrontos entre policiais e grevistas. Em outubro de 1917, os bolcheviques derrubaram Kerenski do poder e instauraram a Revolução Socialista na Rússia.

Revolução bolchevique de outubro de 1917
Lênin e outros bolcheviques começam uma mobilização popular, defendendo a saída da Rússia da guerra e ganhando forças para a derrubada do governo burguês, com o lema: “PAZ, TERRA E PÃO” e “TODO PODER AOS SOVIETES”.
Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. Lênin assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores.
Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o Partido Comunista.

Guerra Civil na Rússia
Com a insatisfação de alguns, logo começa uma guerra civil na Rússia. De um lado o Exército Branco, formado por mencheviques, burgueses e monarcas. Do outro lado, o Exército Vermelho, sob a liderança de Trótsky, para defender o comunismo. Enquanto Trótsky treinava o Exército Vermelho, Lênin cuidava da implantação do socialismo no Estado Russo.

NEP (Nova Política Econômica) – “um passo atrás, para das dois à frente”
Em meio à guerra civil e à reação burguesa, Lênin promulga a NEP, permitindo estruturas capitalistas em pequena escala. A ideia era acumular capital para depois implantar o socialismo. A NEP funcionou bem na cidade, mas no campo havia o problema dos atravessadores. Quando Lênin ia reestruturar a NEP sofreu dois derrames em um ano e morreu (1924). Antes, porém, em 1923 era criada a URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

­A disputa pela sucessão
Com a morte de Lênin, surge dentro do Partido Comunista um conflito ideológico entre Trótsky e Stálin. Trótsky defendia a “revolução permanente” significando que a Revolução Socialista, ocorrida na Rússia, deveria ter continuidade em outros países, até que o capitalismo fosse vencido. Stálin defendia a “revolução em um só país”, ou seja, o socialismo deveria ser primeiramente consolidado em um país e somente depois expandido para outros países. Stálin saiu vitorioso e passou a perseguir Trótsky, que foi exilado e,  em 1929 é assassinado no México, por um agente secreto russo, a mando de Stálin.

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Planos Quinquenais
Stálin propõe que, de 5 em 5 anos, um setor seja priorizado. Os dois primeiros foram um sucesso e auxiliaram a URSS a escapar da Crise de 1929. No entanto, a II Guerra Mundial esfriou os planos soviéticos.
Com a morte de Stálin, em 1953, o Presidente Nikita Krushev tentou retomar o desenvolvimento da URSS, mas a maioria do Partido Comunista preferiu investir na Guerra Fria (EUA X URSS), pondo fim ao modelo stalinista.

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CRISE DE 1929

A crise de 1929 foi o colapso do modelo liberal clássico de Adam Smith (livre iniciativa, livre comércio, livre concorrência e não intervenção do Estado na economia).
Com a I Guerra Mundial, houve o deslocamento do eixo financeiro, de Londres para Nova Iorque. Em 1919, os EUA haviam se tornado primeira potencia econômica, porém não fizeram nenhum plano de ajuda para a Europa. Com isso, houve desvalorização das moedas europeias frente ao dólar, queda nas exportações dos EUA para a Europa e os salários nos EUA subiram menos que o lucro das empresas, criando a especulação nas bolsas de valores (alta artificial dos preços das ações).

American way of life (estilo de vida americano)
Houve estimulo ao consumo, através de financiamentos e crediários. Se as mercadorias são bem vendidas, as ações da empresa sobem; portanto, crediário e financiamento criavam uma supervalorização das ações, gerando a especulação nas bolsas de valores. Durante a década de 1920, ocorreu um lento aumento dos estoques, pois boa parte dos produtos eram bens duráveis (geladeira, fogão, máquina de lavar, etc.). Quando os estoques ficaram lotados, devido à superprodução, ocorreu a crise.
Crack (quebra) da bolsa de Nova Iorque:
A crise de superprodução teve como um de seus grandes marcos o dia 24 de outubro de 1929, conhecido como quinta-feira negra, dia da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, que representava o grande termômetro econômico do mundo capitalista. As ações das grandes empresas sofreram uma queda vertiginosa, perdendo quase todo o seu valor financeiro.
As empresas foram forçadas a reduzir o ritmo de sua produção. Em função disso, promoveram a demissão em massa de seus funcionários, o que levou a um efeito multiplicador (falta de liquidez = demissão = menos poder de compra = aumento das falências). Terminava o sonho do american way of life. Durante a crise somou-se 15 milhões de desempregados. O crack da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalou o mundo inteiro. Os Estados Unidos, não podendo vender, também deixaram de comprar. Isso afetou também o Brasil, que dependia das exportações de café para os Estados Unidos. Com a crise de 1929, grande parte do volumoso estoque de café produzido no Brasil ficou sem mercado consumidor. O Brasil não conseguiu conter o desastre econômico que abalou a classe cafeicultora, e por consequência abalou as próprias estruturas políticas da República Velha, abrindo caminho para a Revolução de 1930, que levaria Getúlio Vargas ao poder. O auge da crise ocorreu em 1933, quando muitos países entraram em depressão (redução drástica: cerca de 10% do PIB // prolongada recessão: três ou quatro anos).


New Deal: a reação à crise
Em 1932 - Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos EUA. Nos primeiros anos de seu governo, os Estados Unidos adotaram o New Deal (nova distribuição), um conjunto de medidas destinadas à superação da crise. O New Deal foi inspirado nas ideias do inglês John Keynes (intervenção do Estado na economia), modelo que foi mantido até 1973, quando ocorreu a primeira crise do Petróleo.

 Principais medidas adotadas pela política econômica do New Deal:
Ø  Controle governamental dos preços de diversos produtos industriais e agrícolas.
Ø  Concessão de empréstimos aos proprietários agrícolas.
Ø  Realização de um grande programa de obras públicas.
Ø  Criação de um seguro-desemprego.
Ø  Recuperação industrial.

O avanço dos regimes totalitários
Em diversos países europeus, a crise do capitalismo provocou efeitos desastrosos: aumento do desemprego, elevação dos preços, redução do poder aquisitivo e desorganização da produção econômica.
Os setores mais explorados da população passaram a reclamar soluções sociais, que melhorassem suas condições de vida. Os regimes democráticos revelaram-se incapazes de solucionar os grandes problemas socioeconômicos da época.
Outro importante fator que promoveu o recuo do liberalismo: medo da expansão dos movimentos socialistas (ex: Revolução Russa); este medo foi alimentado pelas classes dominantes.
Os partidos de orientação marxista (Karl Max), representavam uma terrível ameaça aos interesses dos grandes banqueiros e industriais. Por isso, estes apoiaram a ascensão de regimes totalitários, que prometiam estabelecer a ordem e a disciplina social. Exemplos: o desenvolvimento do fascismo, na Itália e do nazismo, na Alemanha.



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TOTALITARISMO: FACISMO E NAZISMO

Definição
Totalitarismo é a forma de governo na qual os dirigentes da nação detêm o total controle sobre os direitos das pessoas, em proveito da razão de Estado. No totalitarismo só um partido político é permitido, chefiado por um líder absoluto, que se mantém no poder usando a força e a violência. A liberdade de religião não existe, sindicatos livres também são ilegais. O partido político determina as diretrizes econômicas que o país vai seguir. O governo exerce total controle sobre os meios de comunicação e, em geral, elimina as escolas particulares, forçando as escolas públicas a ensinar de acordo com a linha do partido.
Desenvolvimento
 A Crise de 1929 criou um colapso econômico e também um caso político muito delicado. Após a Revolução Comunista, na Rússia, Lenin havia criou a 3ª Internacional Comunista. Os partidos comunistas tinham o ideal de acabar com o capitalismo no mundo.
         Esses fatores, aliados à crise econômica na Europa, fizeram com que surgissem, em 1919:
 Partido Nacional Facista (na Itália - líder Benito Mussolini);
 Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores da Alemanha (Nazista - contração do termo alemão “Nationalsozialist” – Líder: Adolf Hitler).
Estes partidos se opunham ao comunismo (representado pelo Partido Comunista Soviético - primeiro regime totalitário moderno) e à democracia.
Características fundamentais
Ø  Anticomunismo: forte perseguição aos comunistas e profunda ligação com grupos capitalistas.  "Comunista bom é comunista morto".
Ø  Nacionalismo xenófobo: tudo o que é estrangeiro não presta e deve ser rejeitado.
Ø  Antiliberalismo: censura, regulamentação da economia pelo estado, limitação da liberdade individual, etc.
Ø  Prática do terror: usavam da violência para se impor perante a população.
Ø  Organização militarista: os facistas, na Itália e os nazistas, na Alemanha, eram identificados pelos seus uniformes (o que tira a identidade individual e cria uma mentalidade única). Nos partidos havia patentes (graus de poder) e eles funcionavam como grupos paramilitares (organizam-se como militares, mas não faziam parte do Estado). Assim, conseguiam organizar o terror.
Ø  Tropas de combate  Nazismo       SA - sessões de assalto
                                                        SS - sessões de segurança (tropa de elite)
                                     Facismo   Brigadas - fasci di combatimenti
Ø  Repressão: contra esquerdistas, liberais e democratas. Utilizavam a crise para dizer que o legislativo não servia para nada; a burguesia começa a ver neles uma proteção contra o comunismo. As pessoas votavam neles por simpatia ou medo.
Diferenças
Os alemães foram além do nacionalismo xenófobo e criaram a segregação racial, contra negros, homossexuais, judeus, ciganos, testemunhas de Jeová, espíritas e outras minorias.
 Porque os judeus?
O povo judeu era fácil de perseguir, pois o preconceito contra eles existia desde a antiguidade, por serem considerados os culpados pela crucificação de Cristo. Além disso, os judeus não tinham um Estado para defendê-los (o Estado de Israel só foi criado após a II Guerra Mundial). Também foi feita uma "lavagem cerebral" que culpava os judeus pela crise econômica. Se um dos quatro avós fosse judeu, o indivíduo era judeu, portanto, era perseguido.
Formas de atuação
Itália: corporativismo, um único sindicato por categoria, dele faziam parte patrão e empregado, ou seja, a luta de classes não podia existir.
Alemanha: Hitler utilizou o marketing político. Joseph Goebbels, braço direito da propaganda de Hitler, foi o primeiro "marketeiro" político). Através de filmes, novelas de radio, jornais, etc transformou o judeu em vilão e aumentou a popularidade do nazismo e de Hitler. O nazismo foi o primeiro regime a controlar as comunicações de massa.

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II GUERRA MUNDIAL (1939-1945)

Antecedentes
Década de 1930:
     Ø  Depressão provocada pela crise de 1929
     Ø  New Deal nos EUA
    Ø  Marcos compensados – Alemanha: a dívida da I Guerra Mundial foi paga com produtos. Esses produtos eram pagos às indústrias pelo Estado.

Polarização política:           
Nazifacismo                        X                    Frentes populares
Anti-democráticos                                        Liberais, democratas,
1933 – Hitler no poder                                socialistas, comunistas
1922 – Mussolini no poder

Adolf Hitler -  Expansionismo – política do espaço vital (expansão nazista)
Itália:              1935 – Etiópia (África)
           1939 – Albânia (Europa)

Alemanha: 1938
- Anscchluss (anexação da Áustria) – plebiscito forçado e vencido através do terror.
- Questão dos Sudetos: pequena região da Tchecoslováquia, que antes da I Guerra Mundial pertencia a Áustria (reclamada por Hitler, que alegava haver mais povos de fala alemã do que falantes eslavos, na região).
- Durante a Conferencia de Munique, França e Inglaterra permitiram a invasão da Tchecoslováquia pela Alemanha (política do apaziguamento), desde que não se avançasse mais nada, na Europa.
- Hitler invadiu o resto da Tchecoslováquia (por volta da metade do que hoje é a República Tcheca) e voltou-se para a Polônia.

-A Polônia pediu ajuda à URSS, porém esta tinha um pacto de não agressão com a Alemanha (Ribbentrop-Molotov), com validade de cinco anos. O objetivo alemão era acabar com o ”corredor polonês”, que havia sido criado após a I Guerra, para dar, à Polônia, acesso ao Mar Báltico.

Guerra Civil Espanhola (1936-1939):
 Republicanos                                            X                                 Falange
(esquerda - socialista)                                                       (direita - capitalista)
Vitória dos republicanos da frente popular nas eleições (entre os quais. estavam os anarquistas, que, ao assumirem o governo, invadiram terras e ocuparam fábricas).
Reação da Falange: liderados pelo general Francisco Franco, tentaram um golpe contra os republicanos. A Alemanha e a Itália deram apoio ao general Franco, na Espanha. A União Soviética apoiou o governo existente. Ambos os lados usaram a guerra como uma oportunidade para testar armas e táticas melhores.
Convocação das Brigadas Internacionais: todos que tivessem no mundo o desejo de brigar pela democracia espanhola eram bem vindos (problemas de comunicação, devido às diferentes línguas, atrapalharam a organização).
Vitória do general Franco que implantou uma ditadura de 40 anos na Espanha (de 1936 até 1976).
O Bombardeio de Guernica: uma cidade que tinha entre 5000 e 7000 habitantes era a última capital dos republicanos. Foi considerado um ataque terrível, na época, e usado como uma propaganda amplamente difundida no Ocidente, levando a acusações de "atentado terrorista" e de que 1.654 pessoas tinham morrido no ataque. Na realidade, o ataque foi uma operação tática contra uma cidade com importantes comunicações militares próximas à linha de frente e as estimativas modernas não rendem mais de 300-400 mortos, no fim do ataque.
A II Guerra Mundial
         Eixo                                       X                                  Aliados
    Roma (Itália)                                                                 França
Berlim (Alemanha)                                                       Inglaterra
   Tóquio (Japão)                                                                URSS
                                                                                              EUA
Sonho nazista: dominar o Atlântico e o Mediterrâneo para chegar ao Mar Cáspio.
01/09/1939 – Ataque nazista à Polônia (marco inicial da Guerra).
Blitz Krieg (Guerra Relâmpago): Tática em que os alemães, com precisão de cronômetro, atacavam com bombardeios aéreos, seguidos de artilharia pesada e, logo após, invasão terrestre com infantaria blindada e infantaria leve. Usavam a tática por saberem que eram em menor número, portanto, tinham de ser superiores, taticamente. Dessa forma, em mais ou menos um ano, os alemães dominaram a França e todo o Atlântico, faltando apenas a Inglaterra.

Resistência francesa: apoio inglês – coronel Charles de Gaulle – ataques terroristas.

Batalha da Inglaterra: Aérea – bombardeios diários, sempre que o tempo colaborava, pois não voavam com instrumentos, só com visual.
  
 RAF (Royal Air Force)              X        Luftwaffe (Força Aérea Nazista)
       
As batalhas levaram à destruição total das cidades, com grande número de mortos.

Norte da África – Afrika Korps: a melhor divisão alemã, com o comando do general Erwin von Rommell, que depois foi morto com uma injeção letal, após um ataque contra Hitler. O objetivo era tomar e dominar o Canal de Suez para, assim, chegar ao Oriente Médio, já que tinham as melhores máquinas, mas não tinham petróleo, seus melhores tanques (Panzer) faziam 1 km por litro de combustível. Não conseguiram dominar tudo porque deixaram o Egito, indo para a Itália, o que foi um vexame, pois os italianos não tinham jurado fidelidade ao fascismo e se entregam aos ingleses.
1941 – Operação Barba Ruiva: invasão nazista na URSS (Leningrado, Moscou e Stalingrado, para chegar ao Mar Cáspio em busca de petróleo).

07/12/1941 – Ataque japonês à Pearl Harbor (Havaí): era uma resposta ao embargo americano para o fornecimento de petróleo ao Japão. Os alemães acreditavam que os EUA fossem declarar guerra apenas ao Japão, porém a guerra foi declarada ao Eixo, iniciando sua ofensiva no norte da África.

1942: Equilíbrio – Hitler mantém as posições, mas estava ficando cercado na URSS e no norte da África.
1943 – Primeiras derrotas do Eixo:
- Stalingrado (URSS).
- Norte da África.
- Queda de Mussolini, por causa da invasão nazista na Itália. A Itália muda para o lado dos aliados.
1943 – Conferência de Teerã:

- países libertados deveriam ser transformados em democracias.
- Inglaterra e EUA – ataques no Mediterrâneo, Atlântico e Pacífico.
- URSS – leste europeu.

            1944 Operação Overlord (DIA D) - Invasão das praias da Normandia, na França, pelas tropas inglesas e americanas.
   Os alemães passam a ser pressionados pela França, Itália e Leste europeu. Os americanos e ingleses “correm” para evitar que os soviéticos passem de Berlim.
 Maio/1945: Rendição alemã com achegada da URSS à Berlim. Oficialmente Hitler se suicidou, após matar Eva Brown, sua companheira. Depois, seu motorista ateou fogo aos corpos, por isso, nunca foram encontrados.
   Agosto/1945: Rendição japonesa após duas bombas atômicas jogadas sobre as cidades de Hiroshima em 06/08 (“litle boy”) e em 09/08 em Nagasaki (“fat man”), que causaram por volta de 140 mil mortos em segundos (desintegração dos corpos).

Consequências da ii Guerra Mundial
Ø  Esmagamento do Império alemão, italiano e japonês.
Ø  Enfraquecimento do imperialismo francês e britânico.
Ø  Ascensão dos Estados Unidos como potência imperialista hegemônica no mundo.
Ø  Ascensão da URSS como potência militar dominante na Europa Oriental.
Ø  Ascensão dos movimentos de libertação nacional, nos países explorados pelo colonialismo europeu.
Ø  A redefinição da ordem mundial, em favor das superpotências.
Ø  Declínio da influência política, econômica e mesmo cultural da Europa.
Ø  A fundação da ONU, Organização das Nações Unidas.
Ø  Guerra Fria

Participação brasileira na II Guerra Mundial
Durante o Estado Novo (1937 – 1945), o governo brasileiro esteve sob regime ditatorial (ditadura), tendo como presidente Getúlio Vargas. Nesse mesmo período, as grandes potências mundiais entraram em confronto na  II Guerra.
A situação do Brasil se mostrava completamente indefinida. Ao mesmo tempo em que Vargas contraía empréstimos com os Estados Unidos, comandava o governo brasileiro de modo próximo aos dos países dominados pelo totalitarismo nazifascista. Dessa maneira, as autoridades norte-americanas viam com preocupação a possibilidade de o Brasil apoiar os nazistas, cedendo pontos estratégicos que poderiam, por exemplo, garantir a vitória do Eixo no continente africano.
A preocupação norte-americana, em pouco tempo, proporcionou a Getúlio Vargas a liberação de um empréstimo de 20 milhões de dólares para a construção da Usina de Volta Redonda. Quando os Estados Unidos entraram nos campos de batalha da II Guerra, o Brasil foi  pressionado politicamente para que entrasse com suas tropas junto aos Aliados. Pouco tempo depois, o afundamento de navegações brasileiras por submarinos alemães gerou vários protestos contra as forças nazistas.
Dessa maneira, Getúlio Vargas declarou guerra contra os italianos e alemães em agosto de 1942. Politicamente, o país buscava ampliar seu prestígio junto ao EUA e reforçar sua aliança política com os militares. No ano de 1943, foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), destacamento militar que lutaria na II Guerra Mundial. Quase um ano depois, as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB).
A principal ação militar brasileira aconteceu principalmente na Campanha da Itália, onde os brasileiros foram para o combate, ao lado das forças estadunidenses. Nesse breve período de tempo, mais de 25 mil soldados brasileiros foram enviados para a Europa. Apesar de entrarem em conflito com forças nazistas de segunda linha, o desempenho da FEB e da FAB foi considerado satisfatório, com a perda de 943 homens. 
”A cobra vai fumar” e “Senta a pua!”, slogans que incentivaram os militares brasileiros na Segunda Guerra Mundial.


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GUERRA FRIA

Foi um conflito indireto entre as duas superpotências do pós II Guerra Mundial (EUA e URSS), ficando muito mais no plano ideológico, já que ambas tinham medo de que um conflito armado direto, evoluísse para uma guerra atômica.
Conferência de Yalta (fevereiro/1945):
- Reconhecimento da influência soviética sobre o Leste europeu.
- Divisão da Alemanha em duas partes: Ocidental (República Federal da Alemanha - capitalista) e Oriental (República Democrática da Alemanha – socialista).
Conferência de Potsdam (julho/1945):
- Desnazificação da Alemanha - qualquer pessoa que tivesse identificação com o nazismo não poderia exercer cargos públicos; todos os símbolos nazistas são banidos.
- Formação do Tribunal de Nuremberg – julgamento de crimes de guerra.

Após a II Guerra Mundial, as potências europeias estavam destruídas, abrindo espaço definitivo para que o mundo se dividisse em dois blocos econômicos, um de influência estadunidense (capitalista) e outro de influência soviética (socialista). Formava-se  um Mundo Bipolar.
Após os países europeus terem lutado contra a ditadura nazifascista, manter suas Colônias era uma contradição. A criação da ONU, em 1945, com o objetivo de manter a paz também favorecia a igualdade entre os países.

O Muro de Berlim
Além da divisão da Alemanha em duas, a cidade de Berlim, capital alemã, também foi dividida entre os dois blocos. A intensa migração de alemães para o lado vizinho (ocidental), fez com que a URSS construísse o Muro de Berlim, chamado de “muro da vergonha”: foi um símbolo da divisão do mundo.

Doutrina Truman – 1947: Plano Marshall (EUA)
Doutrina Truman: Em 1947, o presidente dos EUA, Harry Truman, lançou uma ofensiva contra a expansão comunista no mundo. Uma das estratégias da Doutrina Truman foi o Plano Marshall, um programa de ajuda econômica dos EUA para a reconstrução dos países europeus destruídos pela guerra. O objetivo principal era combater a influência comunista na Europa.
COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua) URSS - a União Soviética propôs-se a ajudar também seus países, em resposta ao plano econômico estadunidense. O COMECON fora proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência de Moscou.

Corrida armamentista: Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme variedade de armas, muitas delas desenvolvidas durante o conflito, outras obtidas dos cientistas alemães e japoneses que haviam desenvolvido novas gerações de armas não convencionais, como armas químicas e biológicas. O maior destaque ficou com uma nova arma não convencional, mais poderosa que qualquer outra arma já testada até então: bomba atômica. Só os Estados Unidos tinham essa tecnologia, o que aumentava em muito seu poderio bélico e sua superioridade militar estratégica em relação aos soviéticos.
A União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir tais bombas, o que conseguiu em 1949. Mas logo a seguir, os Estados Unidos testavam a primeira bomba de hidrogênio, centena de vezes mais poderosa. A União soviética levaria até 1953 para desenvolver a sua versão desta arma, dando início a uma nova geração de ogivas nucleares menores, mais leves e mais poderosas.
Essa corrida ao armamento era movida pelo receio recíproco de que o inimigo passasse à frente na produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional. Se um deles tivesse mais armas, seria capaz de destruir o outro.
A corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, os Estados Unidos e a URSS tinham armas suficientes para vencer e destruir qualquer outro país do mundo. Uma quantidade tal de armas nucleares foi construída, que permitiria destruir o mundo 16 vezes.

Alianças militares dos EUA e URSS:
OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte - criada em 1949, pelos Estados Unidos: uma aliança militar com o objetivo de proteção internaciona,l em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu.
Pacto de Varsóvia – firmado em 1955, pela URSS e seus aliados, para unir forças militares da Europa Oriental, em resposta à OTAN.
 Logo as duas alianças militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes.

O macarthismo: Criado pelo senador estadunidense Joseph McCarthy nos anos 50, criou o Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas, do Senado dos Estados Unidos.  Toda e qualquer atividade pró-comunismo estava terminantemente proibida e qualquer um que as estimulasse estaria sujeito à prisão ou extradição.
Inúmeros artistas e produtores de filmes ou de programas de televisão que criticavam o governo americano foram acusados de comunistas. Foi criada a Lista Negra de Hollywood, contendo os nomes de pessoas do meio artístico acusadas de atividades antiamericanas. A era do macarthismo extirpou do meio artístico americano a maior parte dos produtores progressistas ou simpatizantes da esquerda.
Em resposta ao Macarthismo, a URSS aplicou extensivamente o Artigo 58 de seu Código Penal na Zona de Ocupação Soviética, na Alemanha, onde as pessoas eram internadas como "espiões," pela simples suspeita de oposição ao regime stalinista (comunista).

Corrida Espacial - Um dos campos que mais se beneficiaram com a Guerra Fria foi o da tecnologia. Na urgência de se mostrarem superiores aos rivais, Estados Unidos e União Soviética procuraram melhorar os seus arsenais militares. Os dois países investiram pesadamente na tecnologia aeroespacial.
A União Soviética dá início à corrida espacial no ano de 1957, quando os soviéticos lançaram Sputnik 1, o primeiro artefato humano a ir ao espaço e orbitar o planeta. Em novembro do mesmo ano, os russos lançaram Sputnik 2, quando foi a bordo o primeiro ser vivo a sair do planeta, a cadela Laika.
Após as missões Sputnik, os Estados Unidos entraram na corrida, remodelando inclusive todo seu sistema educacional a fim de formar novos talentos.
Em 1961, os soviéticos conseguiram lançar a Vostok 1, que era tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a ir ao espaço e voltar são e salvo. A partir daí, a rivalidade aumentou a ponto de o presidente dos EUA, John F. Kennedy, prometer enviar americanos à Lua e trazê-los de volta até o fim da década. Os soviéticos apressaram-se para vencer os estadunidenses na chegada ao satélite, mas devido a falhas, só foi possível aos soviéticos o envio de missões não tripuladas em 1968.
 Os EUA conseguiram enviar a missão tripulada Apollo 8 no Natal de 1968 à órbita lunar. O passo seguinte: A missão Apollo 11 conseguiu realizar com sucesso a missão de chegar à Lua. Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se os primeiros humanos, respectivamente, a caminhar em outro corpo celeste.

ARPANET -  No campo das comunicações ocorreu grande desenvolvimento durante a Guerra Fria. Temendo um possível bombardeio soviético, durante a década de 1960, o Pentágono(EUA) financiou o desenvolvimento de um sistema de comunicação entre os computadores. A rede de comunicações criada pela agência Arpa ficou conhecida como Arpanet, cuja lógica era: caso fosse feito um bombardeio soviético, a Central de Informações não estaria em um só lugar, mas sim em vários pontos conectados em uma rede, ou seja, cada nó da rede funcionaria como uma central, todas conectadas entre si. A infraestrutura da rede foi construída com fibra óptica, para não sofrer interferência dos pulsos eletromagnéticos produzidos pelas explosões nucleares.
Durante toda a década de 1970 e 1980 o uso dessa tecnologia se manteve restrito a fins militares e acadêmicos. Somente em Convenção realizada no ano de 1987 a rede seria liberada para uso comercial. A partir de então, a Arpanet passou a se chamar Internet.

Conflitos indiretos
Guerra da Coreia (Junho/1950 - Julho/1953): único grande confronto militar que envolveu batalhas em que, de um lado, havia forças militares americanas e, do outro, forças soviéticas. Os soviéticos haviam invadido o norte da Coreia, o que levou o Sul a pedir auxílio aos EUA. No fim da guerra, cada região ficou sob a influência de uma superpotência.

Revolução Cubana - Cuba, a maior das ilhas caribenhas, sofreu uma revolução em 1959, que retirou o ditador pró-estadunidense Fulgêncio Batista do poder, e instaurou a ditadura de Fidel Castro. A instauração de um regime socialista em Cuba preocupou a Casa Branca (sede do governo americano) que, ainda em 1959, tentou depor o novo governo, apoiando membros ligados ao antigo regime e iniciando um embargo econômico à ilha. Com o bloqueio do comércio de petróleo e grãos pelos EUA, Cuba passa a adquirir esses produtos da URSS.
Em 1961, a CIA (órgão secreto americano) chegou a organizar o desembarque de grupos de oposição armados, que deporiam Fidel Castro na operação da Invasão da Baía dos Porcos, que foi um fracasso completo. Diante desta situação, o novo regime cubano se aproxima definitivamente da URSS, que oferece proteção militar.

A coexistência pacífica (1953 - 1962) entre EUA e URSS - Após a morte de Stalin, em 1953, Nikita Khrushchev subiu ao posto de Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética - governante dos soviéticos. Condenou os crimes de seu antecessor e pregou a política da coexistência pacífica entre os soviéticos e americanos, o que significaria os esforços de ambos os lados em evitar o conflito militar, havendo apenas confronto ideológico e tecnológico. Esta política também possibilitou uma aproximação entre os líderes. Khrushchev reuniu-se diversas vezes com os presidentes americanos.

Crise dos Mísseis-1962 - a União Soviética foi flagrada construindo 40 silos (depósitos) nucleares em Cuba. Após discussões, os EUA se comprometem a não invadir Cuba e a URSS desmonta as bases, porque ambos temiam uma guerra atômica.
Doutrina Kennedy – 1963 - Durante a Guerra Fria, a propaganda e os esforços anticomunistas dos Estados Unidos fizeram-se sentir na América Latina. Pela Doutrina Kennedy, os governos latino-americanos deveriam combater os inimigos internos (comunistas) evitando a “ameaça vermelha”. Essa doutrina abriu campo para uma série de golpes de Estado na América Latina e a formação de inúmeras ditaduras, muitas vezes patrocinadas e apoiadas pelos EUA (caso da ditadura militar brasileira).

Guerra do Vietnã (1964 - 1975) - Foi um dos maiores confrontos militares envolvendo capitalistas e socialistas, no período da Guerra Fria. Opôs o Vietnã do Norte e guerrilheiros pró-comunistas do Vietnã do Sul, contra o governo pró-capitalista do Vietnã do Sul e os EUA.
Após a Convenção de Genebra (1954), o Vietnã, recém-independente da França, seria dividido em duas zonas de influência (como a Coreia), e estas zonas seriam desmilitarizadas e mantidas, cada uma, sob um dos regimes (capitalismo e socialismo). Foi estipulado que em 1957 ocorreria a realização de um plebiscito, decidindo sobre a reunificação do Vietnã ou não, e qual regime de governo seria adotado.
O governo do Vietnã do Sul, temendo uma derrota, decidiu proibir o plebiscito em seu território, pois queria manter o alinhamento com os estadunidenses. Como o Vietnã do Norte queria a reunificação, lançaram-se em uma guerra contra o Sul.
O Vietnã do Norte contou com o apoio da Frente de Libertação Nacional, ou vietcongs, um grupo de rebeldes no Vietnã do Sul. E o Vietnã do Sul contou, em 1965, com a valiosa ajuda dos EUA. A guerra estava favorável ao Vietnã do Norte, porém, quando os EUA se lançaram ao ataque contra os norte-vietnamitas, tudo parecia indicar que seria um grande massacre e uma fácil vitória ocidental. Mas os vietnamitas do norte contando com o conhecimento do território e táticas de guerrilha, conseguiram vencer os Estados Unidos, o que é visto como uma das mais vergonhosas derrotas militares dos EUA.
 Em 1975, os Estados Unidos e o Vietnã do Norte assinaram os Acordos de Paz de Paris, onde os EUA reconheceram a unificação do Vietnã sob o regime comunista.

Detente – Nova coexistência pacífica -  Década de 1970 -  EUA e URSS entram novamente num período de coexistência pacífica, onde fizeram acordo de que somente interviriam em seus locais de influência. Neste período o presidente dos EUA, Richard Nixon chegou a visitar Moscou.

Caso Watergate (hotel onde ocorria uma Convenção do Partido Democrata): Nixon, republicano, mandou espionar o hotel e foi descoberto, sendo obrigado a renunciar ao governo. Em 1972, Jimmy Carter é eleito com Campanha pelos Direitos Humanos, o que levaria os EUA a condenar as ditaduras, inclusive na América Latina.

Primeiro choque do Petróleo – 1973 - O valor do barril quase triplica da noite para o dia (o período do Milagre Econômico brasileiro acabava aqui).
Até 1973 o modelo keynesiano de economia (intervenção do Estado) era a base para muitos países. Com o choque do petróleo e o aumento do endividamento dos Estados, os países passaram a diminuir os gastos e a adotar o Neoliberalismo (diminuição do Estado na economia, principalmente através da privatização das empresas estatais).
Na mesma época a URSS apresentava uma economia atrofiada pelos gastos com a Guerra Fria, era o início da derrocada soviética, que chegaria ao fim em 1989.


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DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DA ÁSIA
A partir de 1945, o ideal de independência dos povos colonizados transformou-se num fenômeno de massas, com o surgimento de vários países politicamente livres, que, no entanto, mergulharam na dependência econômica.
Entre 1950 e 1960, mais de quarenta países afro-asiáticos conseguiram sua independência, impulsionados pelo nacionalismo, pelo declínio do poderio europeu após a II Guerra e pelo apoio da ONU, que reconhecia seus direitos. Além dissohavia a posição favorável dos Estados Unidos e da União Soviética, que viam em tal processo uma forma de ampliar suas áreas de influência.

O processo de descolonização ocorreu de duas formas:
a)    libertação por meio da guerra, em geral, com a adoção do socialismo;
b) independência gradual concedida pela Metrópole, que passaria o poder político à elite local; esta, articulada com o mundo capitalista, manteria a dependência econômica do país.
Em 1955, a Conferência de Bandung, na Indonésia, debateu os problemas do Terceiro Mundo e a questão do não alinhamento. Reuniu vinte e nove nações afro-asiáticas, que declararam apoiar o anticolonialismo e combater o racismo e o imperialismo.
 A Conferência de Bandung substituiu o conflito leste-oeste (entre capitalismo e socialismo), pelo conflito norte-sul, entre os países industrializados ricos e os países pobres e exportadores de produtos primários.
As nações reunidas definiram publicamente quatro objetivos básicos:
Ø  Ativar a cooperação e a boa vontade entre as nações afro-asiáticas e promover seus mútuos interesses;
Ø  Estudar os problemas econômicos, sociais e culturais dos países participantes;
Ø  Discutir a política de discriminação racial, o colonialismo e outros problemas que ameaçassem a soberania nacional;
Ø  Definir a contribuição dos países afro-asiáticos na promoção da paz mundial e na cooperação internacional.
A Conferência de Bandung firmava a existência de um bloco multinacional, não alinhado, o denominado Terceiro Mundo, sem definir uma política concreta para a superação do subdesenvolvimento e das heranças coloniais.

Os Dez Princípios da Conferência de Bandung
1.Respeito aos direitos fundamentais, de acordo com a Carta da ONU.
2.Respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações.
3.Reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas.
4.Não-intervenção e não-ingerência nos assuntos internos de outro país (Autodeterminação dos povos).
5.Respeito pelo direito de cada nação defender-se, individual e coletivamente, de acordo com a Carta da ONU.
6.Recusa na participação dos preparativos da defesa coletiva, destinada a servir aos interesses particulares das superpotências.
7.Abstenção de todo ato ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial ou a independência política de outro país.
8.Solução de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos (negociações e conciliações, arbitragens por tribunais internacionais), de acordo com a Carta da ONU.
9.Estímulo aos interesses mútuos de cooperação.
10.Respeito pela justiça e obrigações internacionais.

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REVOLUÇÃO CHINESA DE 1949

A Revolução Chinesa, ocorrida em 1949, provocou profundas transformações na China que até hoje se faz presente.
No início do século XX, após a dominação imperialista promovida pelas nações capitalistas europeias durante o século XIX, a população chinesa passava por intensas dificuldades econômicas que pioraram drasticamente as condições de vida do povo chinês.
Através de um movimento contra a presença estrangeira no país, a dinastia Manchu deu fim ao governo imperial e criou um novo governo, a República da China. Mesmo assim em 1915, o país foi politicamente dominado pelo governo japonês.
Insatisfeitos com a dominação japonesa, uma grande mobilização política do povo chinês promoveu, em 1921, a criação do Partido Comunista Chinês. Em virtude de seu forte apelo popular, o novo partido foi visto como uma ameaça à ordem governamental e, por isso, seus líderes e participantes passaram a ser perseguidos pelas autoridades do país.
Impedidos de participarem das questões políticas de seu país, os comunistas chineses, sob a liderança de Mao Tsé-tung, começaram a mobilizar as populações camponesas atraídas pela promessa do uso coletivo das terras e a criação de um sistema político igualitário. Contando com o apoio dos camponeses, Mao Tsé-tung criou o Exército Vermelho, que entre os anos 1930 e 1940 lutou contra o governo chinês.
           Após esse período de batalhas, os comunistas dominaram Pequim em 1949 e Mao Tsé-tung foi aclamado como novo líder da República Popular da China. Inicialmente apoiado pelo governo comunista soviético, o governo comunista chinês criou um grande projeto de transformação político-econômico chamado Grande Salto para Frente (1958). Pouco depois, em 1966, surgiu um programa de controle cultural, político e ideológico chamado de Revolução Cultural. Com a morte de Mao Tsé-tung, em 1976, a Revolução Cultural teve seu fim e as políticas econômicas do país se abriram para a economia mundial.

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QUESTÃO ÁRABE-ISRAELENSE

A criação unilateral do Estado de Israel, em 1948, levou ao acirramento dos conflitos no Oriente Médio.
A ONU criou o estado israelense (judeu) na Palestina com o apoio incondicional dos Estados Unidos e da URSS, como compensação ao Holocausto (ONU - recém criada, em 1947).
Discordando da criação do Estado de Israel, os árabes travaram a primeira de uma série de guerras que se seguiram. Ao final do conflito, os palestinos ficaram sem território, lançando-se na diáspora.
 Entre as guerras envolvendo árabes e israelenses, a de 1967 - denominada Guerra dos Seis Dias, acentuou as rivalidades por envolver territórios de outros países. Ao final do embate, Israel invadiu a Península do Sinai (Egito), a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã (Síria).
  Contra essas ocupações, o Conselho de Segurança da ONU compôs a Resolução 242 (1967), que exigia a retirada imediata das áreas ocupadas, mas o governo israelense jamais cumpriu tal exigência e nem por isso sofreu represálias.
À medida que a conjuntura política se alterou, também a evolução dos conflitos sofreu mudanças drásticas. Após a morte do Presidente Nasser (Egito), o novo presidente egípcio Anuar Sadat firmou com Israel o acordo de Camp David (EUA), em 1979, acertando a devolução dos territórios do Sinai. Esse acordo, visto pelos árabes como traição do governo do Egito à causa palestina, resultou no assassinato de Sadat em 1981. No ano seguinte, Israel invadiu o sul do Líbano. 
A situação dos palestinos confinados em áreas precárias resultou na eclosão da Intifada ("revolta das pedras"). Durante alguns anos, os palestinos, sobretudo os jovens, enfrentaram as forças armadas israelenses nos territórios invadidos. A situação tremendamente desigual chamou a atenção da "comunidade internacional" para as condições de vida da população palestina. A resistência palestina, reunida em torno da Organização para Libertação da Palestina (OLP), criada nos anos 1960 e liderada por Yasser Arafat, deu ao povo palestino a dimensão de identidade coletiva.
            Terminada a Guerra Fria e reduzido o apoio incondicional dos Estados Unidos a Israel, iniciaram-se conversações para o estabelecimento de um processo de paz. As primeiras reuniões ocorreram em Madri, em 1991. Dois anos depois, o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro israelense Itzhak Rabin firmaram o Acordo de Oslo I, em setembro de 1993, que determinava o reconhecimento do Estado de Israel por parte da OLP (pois na carta de fundação da organização estava prevista a destruição do Estado judeu) e a aceitação da OLP por parte de Israel, como legítima representante do povo palestino. No ano seguinte, a Autoridade Nacional Palestina passou a controlar alguns territórios da Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
O segundo Acordo de Oslo (set/1995), ampliou as áreas em questão e estabeleceu um cronograma para a retirada das tropas israelenses de partes da Cisjordânia. Porém, o assassinato de Rabin, em novembro de 1995, abalou a política interna e repercutiu sobre o "processo de paz". Nas eleições do ano seguinte, sob uma nova onda de atentados contra alvos judeus, Benyamín Netanyahu (1996-1999), do partido israelita de direita Likud, foi eleito eleito e encerraram-se conversações sobre a paz. O Presidente judeu, Netanyahu estimulou a criação de novas colônias judias em territórios palestinos e se referia a Arafat (Presidente da OLP) como terrorista.
A eleição de Ehud Barak em maio 1999, do Partido Trabalhista, favorável ao processo de paz, retomou as negociações. Um corredor foi criado ligando a Faixa de Gaza à Cisjordânia. Mas o apoio interno de Barak diminuiu em meados de 2000 e o ponto central da questão palestina, ou seja, a declaração do Estado palestino em setembro de 2000, foi postergada (adiada). 


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CRISE DO SOCIALISMO E FIM DA URSS
Em 1985, Mikhail Gorbachev foi eleito Secretário-geral do Partido Comunista, cuja plataforma política defendia a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela se adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de políticos tecnocratas - que vinham ganhando espaço desde o governo Khrushchev - se firmou, e impulsionou a dinâmica de reformas na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental.
Perestroika e Glasnost
Gorbachev defendeu o liberalismo econômico na URSS como a única saída viável para os graves problemas econômicos e sociais. A União Soviética, desde o início dos anos 70, passava por grande fragilidade, evidenciada na queda da produtividade dos trabalhadores e a queda da expectativa de vida.
A alta nos preços do petróleo no período 1973-1979 e a nova alta de 1979-1985 deram uma sobrevida temporária a um sistema econômico que já estava falido.  

Ajudaram a aprofundar a crise do sistema econômico planificado da União Soviética: crise econômica mundial dos anos 1980; a escassez de moedas fortes e a queda no preço do petróleo e dos cereais; gastos militares muito altos numa economia planificada, extremamente burocratizada e com cerca de metade do PIB dos EUA. Com acidente nuclear de Chernobil em 1986, toda a produção agrícola daquele ano foi perdida, os gastos inesperados foram enormes e o Estado que havia planejado exportar uma safra recorde de grãos, teve que importar comida. Somando-se aos custos do envolvimento de meio milhão de homens no Afeganistão durante os anos 1980, a enorme economia da URSS entrou em colapso.
Frente a estes problemas, Mikhail Gorbachev aplicou dois planos de reforma na URSS: a perestroika e a glasnost.
Perestroika: série de medidas de reforma econômicas. Para Gorbachev, não seria necessário erradicar o sistema socialista, mas uma reformulação deste seria inevitável: diminuiu o orçamento militar da União Soviética, o que implicou na diminuição de armamentos e a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão.
Glasnost: a "liberdade de expressão" para a imprensa soviética e a transparência do governo para a população, retirando a forte censura que o governo comunista impunha.
A nova situação de liberdade na União Soviética possibilitou um afrouxamento na ditadura que Moscou impunha aos outros países. Pouco a pouco, o Pacto de Varsóvia começou a enfraquecer, e cada vez mais o Ocidente e o Oriente caminhavam para vias pacíficas.
O desalinhamento das repúblicas orientais
Em 1989 houve as primeiras eleições livres no mundo socialista, com vários candidatos e com a mídia livre para discutir. Muitos partidos comunistas tentaram impedir as mudanças, porém a perestroika e a glasnost de Gorbachev tiveram grande efeito positivo na sociedade. Assim, os regimes comunistas, país após país, começaram a cair.
A Polônia e a Hungria negociaram eleições livres (com destaque para a vitória do Partido Solidariedade, na Polônia); a Tchecoslováquia, a Bulgária, a Romênia e a Alemanha Oriental tiveram revoltas em massa, que pediam o fim do regime socialista. O ponto culminante foi a queda do Muro de Berlim em 9 de Novembro de 1989, que pôs fim à Cortina de Ferro e à Guerra Fria.
Alguns conservadores da União Soviética tentaram um golpe de estado contra Gorbachev em Agosto de 1991, que foi frustrado por Boris Iéltsin (Presidente do Soviete Supremo da República Soviética da Rússia). A liderança de Gorbachev estava em decadência e, em setembro, os países bálticos conseguiram a independência.Em dezembro, a Ucrânia também se tornou independente. Finalmente, no dia 31 de dezembro de 1991, Gorbachev anunciava o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, renunciando ao cargo que ocupava e ao seu sonho de ver um mundo socialista.
Formação da CEI – Comunidade dos Estados Independentes
O fim da URSS, em 1991, proporcionou a independência de várias nações que a integravam. Porém, o vínculo estabelecido entre esses países gerou entre eles uma grande dependência nas relações políticas, militares e econômicas.

Nesse sentido, no dia 8 de dezembro de 1991, foi criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), cujo principal objetivo era estabelecer um sistema econômico e de defesa entre as nações da extinta URSS.

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NOVA ORDEM MUNDIAL E A GLOBALIZAÇÃO
Globalização é o conjunto de transformações na ordem social, cultural, política e econômica mundial, que vem acontecendo nas últimas décadas. Caracteriza-se pelo processo de aprofundamento de integração nos campos acima citados e tem sido impulsionada pelo barateamento dos meios de transporte e comunicação.
O processo de Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas. É um fenômeno gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo: formar uma aldeia global, que permita maiores mercados para os países centrais.
A Nova Ordem Mundial tem como marco inicial a queda do Muro de Berlim (1989), que levou ao fim da bipolaridade mundial (EUA X URSS). Caracteriza-se pela divisão do poder econômico mundial entre várias nações, destacando-se os EUA, Japão, União Europeia, China, etc. Um novo equilíbrio mundial, a nova multipolaridade. No entanto, militarmente temos unipolaridade dos EUA, a maior potência mundial em armas, com gastos bilionários na indústria bélica.
Características da Nova Ordem Mundial
Ø  As alianças entre nações são feitas agora pelo grau de afinidade econômico-comercial existente entre um e outro país. Deixando de lado a questão ideológica, o que impera agora é a questão mercadológica.
Ø  O nível de poder de um país agora é medido pelo seu desenvolvimento científico e tecnológico, com destaque para o conhecimento cientifico nas áreas de informática e biotecnologia.

Essas características levaram o mundo a uma nova divisão, deixando para trás a divisão entre capitalistas e socialistas para entrar num mundo dividido entre países ricos e pobres.



































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