Brasil: República Velha (1889-1930)


REPÚBLICA VELHA (1889-1930)

Este período da História do Brasil é marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. Está subdividido em dois momentos: a República da Espada em que o Brasil foi governado por militares e a República das Oligarquias período no qual o Brasil foi governado por civis, ligados ao setor agrário.
A República da Espada (1889-1894)
Nesse período o Brasil enfrentou uma forte disputa pelo poder entre militares e os latifundiários, sobretudo cafeicultores.
Ø  Governo Provisório (1889-1891) – Marechal Deodoro da Fonseca
Após liderar o movimento de Proclamação da República, o Mal. Deodoro da Fonseca tornou-se chefe do governo provisório. Sua principal tarefa era fazer a transição entre a Monarquia e a República.
Entre as principais medidas do governo provisório estão: suspensão da Constituição de 1824, a separação entre Igreja e Estado, a transformação das províncias em estados, o banimento da Família Real, a liberdade de culto, a secularização dos cemitérios, a criação do Registro Civil (para legalizar nascimentos e casamentos), a grande naturalização (todo estrangeiro que vivia no Brasil adquiriu nacionalidade brasileira). Foi convocada uma Assembleia Nacional Constituinte, responsável pela elaboração da primeira Constituição Republicana do Brasil.
Constituição de 1891
Em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a segunda Constituição Brasileira, e a primeira republicana.
Foram características da Constituição de 1891:
·         Instituição de uma República Federativa, onde os Estados teriam ampla autonomia econômica e administrativa;
·         Tripartição do Poder (três poderes governam a nação);
·         Voto aberto (não secreto), direto e universal, aos homens maiores de 21 anos. (voto proibido aos soldados, analfabetos, mendigos e religiosos de ordens monásticas).
·          Liberdade religiosa, bem como os direitos e as garantias individuais.
Nas "disposições transitórias" da Constituição, ficava estabelecido que o primeiro presidente do Brasil não seria eleito pelo voto universal, mas sim pela Assembleia Constituinte.
 Encilhamento: política econômico-financeira, característica do governo provisório de Deodoro da Fonseca.
Rui Barbosa, o ministro da Fazenda, procurou estimular a industrialização e a produção agrícola. Para atingir estes objetivos, Rui Barbosa adotou o aumento da emissão do papel-moeda (para aumentar a moeda em circulação), facilitou o estabelecimento de sociedades anônimas (boa parte do dinheiro em circulação não seria aplicado na produção, mas sim na especulação de títulos e ações de empresas fantasmas). Esta especulação financeira provocou: desordem nas finanças do país, acarretando uma enorme desvalorização da moeda, forte inflação e grande número de falências. Os cafeicultores não viam com bons olhos esta tentativa de Rui Barbosa em industrializar o Brasil.
Ø  Governo Constitucional (1891) – Marechal Deodoro da Fonseca
Após a aprovação da Constituição de 1891, Deodoro da Fonseca foi eleito pela Assembleia, o que revelou os choques entre os republicanos positivistas (que defendiam a ideia de golpe militar, para garantir o "continuísmo"), e os republicanos liberais.
O candidato dos Republicanos era Prudente de Morais, tendo como candidato a vice-presidente o Marechal Floriano Peixoto. Floriano acabou eleito, pois o voto não era vinculado (votava-se para presidente e vice).
O novo governo, comandado por Deodoro da Fonseca, autoritário e centralizador, entrou em choque com o Congresso Nacional, controlado pelos cafeicultores, e com militares ligados a Floriano Peixoto.
Deodoro da Fonseca foi acusado de corrupção e o Congresso votou o projeto da Lei das Responsabilidades, tornando possível o” impeachment” de Deodoro. Este, por sua vez, vetou o projeto, fechou o Congresso Nacional, prendeu líderes da oposição e decretou “estado de sítio”.
A reação ao autoritarismo de Deodoro foi imediata e inesperada, ocorrendo uma cisão no interior do Exército. Uma greve de trabalhadores, contrários ao golpe, em 22 de novembro de 1891 no Rio de Janeiro, e o levante da Marinha no dia seguinte liderada pelo almirante Custódio de Melo, no qual os navios atracados na Baía da Guanabara apontaram os canhões para a cidade, exigindo a reabertura do Congresso, forçaram Deodoro da Fonseca a renunciar à Presidência, sendo substituído pelo seu vice-presidente, Floriano Peixoto.
Ø  Governo de Floriano Peixoto (1891-1894).
Adepto do republicanismo radical, o "florianismo" virou sinônimo de "jacobinismo". Foi um defensor da força para garantir e manter a ordem republicana, recebendo o apelido de "Marechal de Ferro".
Floriano reabriu o Congresso Nacional, suspendeu o “estado de sítio” e tomou medidas populares na cidade do Rio de Janeiro (redução do valor dos aluguéis das moradias populares e suspensão da cobrança do imposto sobre a carne vendida no varejo).  Incentivou a indústria, estabelecendo medidas protecionistas, evidenciando o nacionalismo dos republicanos radicais.  Este caráter nacionalista de Floriano Peixoto era mal visto no exterior, o que dificultaria as exportações de café, contra os interesses dos cafeicultores.
O início da oposição a Floriano ocorreu em abril de 1892, quando foi publicado o Manifesto dos Treze Generais, acusando o governo de ilegal e exigindo novas eleições. Pela Constituição de 1891, em seu artigo 42, caso o Presidente não cumprisse a metade do seu mandato, o vice-presidente deveria convocar novas eleições. Floriano não acatou as determinações do artigo, alegando ter sido eleito de forma indireta. Os oficiais que assinaram o manifesto foram afastados e presos por insubordinação.
Revolução Federalista (1893-1895)
O Rio Grande do Sul foi palco de uma guerra civil, envolvendo grupos oligárquicos pelo controle do poder político: Federalistas (maragatos), liderados por Gaspar Silveira Martins, contra os castilhistas (pica-paus), chefiados por Júlio de Castilhos, que controlava a política do Estado de maneira centralizada. Floriano interveio no conflito em favor de Júlio de Castilhos. O apoio de Floriano aos castilhistas fez com que a oposição apoiasse os maragatos.
Revolta da Armada(1893-1895)
Em setembro de 1893, na cidade do Rio de Janeiro, inicia-se a Revolta da Armada, liderada pelo Almirante Custódio de Melo.
Floriano, apoiado pelo exército e pelo povo comprou navios usados, apelidados pelos revoltosos de “esquadra de papelão”. Enquanto isso, Custódio Melo buscava unir a Revolta da Armada aos Federalistas (do sul do Brasil).
Com a chegada dos navios, os revoltosos refugiaram-se em navios portugueses, que se comprometeram em dar-lhes asilo político e levá-los a Portugal (o que fez com que o Brasil rompesse relações com Portugal, até o futuro governo de Prudente de Moraes). Porém, os revoltosos foram deixados no Uruguai e, de lá,  a Revolta da Armada fundiu-se com a Revolução Federalista.
A repressão foi extremamente violenta. Após três anos de governo, enfrentando com violência as oposições, Floriano Peixoto passa a presidência a Prudente de Morais. Tinha início a República das Oligarquias.
A República das Oligarquias (1894-1930)
As oligarquias eram constituídas por grandes proprietários de terra e que exerciam o monopólio do poder local. Este período da história republicana é caracterizado pela defesa dos interesses destes grupos, particularmente da oligarquia cafeeira. Os grupos oligárquicos garantiram a dominação política no país, através do coronelismo, do voto de cabresto, da política dos governadores e da política de valorização do café.
A política dos governadores
Um acordo entre o governo central e os governadores dos Estados, que apoiavam o presidente, concordando com sua política e o governo central. Em troca, o governo federal só reconheceria a vitória de deputados e senadores que representassem estes governadores. Desta forma, o governador controlaria o poder estadual e o presidente da República não teria oposição no Congresso Nacional.
O instrumento utilizado para impedir a posse dos deputados da oposição foi a Comissão Verificadora de Poderes. Caso um deputado da oposição fosse eleito para o Congresso, uma comissão, acusando-o de fraude eleitoral, não entregaria o diploma. O candidato da oposição sofria a chamada "degola". Para manutenção de seu domínio político, no plano estadual, sob o apoio do governo central, as oligarquias estaduais usavam das fraudes eleitorais (eleições bico de pena).
A política do café com leite
Revezamento, entre as oligarquias paulistas e mineiras, no poder executivo federal. O número de deputados federais era proporcional à população dos Estados. Desta forma, os estados mais populosos, São Paulo e Minas Gerais, tinham maior número de representantes no Congresso.
Coronelismo e voto de cabresto
O sistema político da República Velha estava assentado nas fraudes eleitorais, visto que o voto não era secreto. O exercício da fraude eleitoral ficava à cargo dos "coronéis", grandes latifundiários que controlavam o poder político local. Exercendo um clientelismo político (troca de favores) o grande proprietário controlava o voto de toda uma população ("curral eleitoral"), através do voto de cabresto.
Assim, o poder oligárquico era exercido pelo coronel no nível municipal, pelo governador no nível estadual e o presidente controlava o nível federal, através da política do café com leite,
A política de valorização do café.
O café foi o principal produto de exportação brasileiro, desde a segunda metade do século XIX, até a década de 30, no século XX,  
Por volta de 1895, a economia cafeeira passou a mostrar sinais de crise, devido ao excesso de produção mundial. A oferta, sendo maior que a procura, acarretou uma queda nos preços, prejudicando os fazendeiros de café.
Procurando combater a crise, os cafeicultores, que possuíam o controle do governo, criaram mecanismos econômicos de valorização do café. Em 1906, na cidade de Taubaté, os cafeicultores criaram o Convênio de Taubaté, plano de intervenção do estado na cafeicultura, com o objetivo de promover a elevação dos preços do produto.
Os governadores dos estados produtores de café (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) garantiam a compra de toda a produção cafeeira com o intuito de criar estoques reguladores. O governo provocava uma falta do produto, favorecendo a alta dos preços, e, em seguida vendia o produto.
Os resultados desta política de valorização do café foram prejudiciais para a economia do país. Para comprar toda a produção de café, os governos estaduais recorriam a empréstimos no exterior.  Caso a demanda internacional não fosse suficiente, os estoques excedentes eram queimados, causando prejuízos para o governo, que já havia pago pelo produto.
Outro mecanismo da valorização do café foi a política cambial de desvalorização do dinheiro brasileiro em relação à moeda estrangeira. Esta política tornava os produtos estrangeiros muito mais caros, mas barateava o café (novamente o povo pagava, para que os cafeicultores ganhassem).
A política de valorização do café, de forma geral, provocou o que se chamaria de "socialização das perdas". Os lucros econômicos ficariam com a burguesia cafeeira e as perdas seriam distribuídas entre a população.
Ø   Os presidentes oligárquicos:
PRUDENTE DE MORAIS (1894/1898)
Seu governo foi marcado pela forte oposição dos florianistas. Adotou uma postura de incentivar a expansão industrial através do protecionismo. Esta política não agradou a oligarquia cafeeira, reclamando incentivos somente para o setor rural.
O principal acontecimento de seu governo foi a eclosão da Guerra de Canudos, entre 1896 e 1897, no interior da Bahia. As causas deste movimento eram a miséria da população sertaneja e a fome, fortalecidas pela má distribuição de terras que se encontravam nas mãos dos latifundiários.
Guerra de Canudos: teve um fundo de fanatismo religioso (messianismo). Antônio Conselheiro, pregando a salvação da alma, fundou o Arraial de Canudos, às margens do Rio Vaza-Barris. Canudos possuiu uma população de, aproximadamente, 20 mil habitantes. Dedicavam-se às pequenas plantações e criação de animais para a subsistência. Este grupo não agradava à Igreja Católica, que perdia fiéis, nem aos latifundiários, que perdiam mão de obra. Sob a acusação de o movimento ser monarquista, o governo federal iniciou uma intensa campanha militar. Foram necessárias quatro expedições militares, milhares de soldados e o uso de canhões para acabar com o arraial.
CAMPOS SALES (1898/1902)
Seu governo procurou re-orientar a política econômica para atender os interesses das oligarquias rurais: café, algodão, borracha, cacau, açúcar e minérios. Adotando o princípio de que o Brasil era um país essencialmente agrícola, o apoio à expansão industrial foi suspenso.
Em seu governo, a inflação e a dívida externa eram problemas sérios. Seu ministro da Fazenda deu início ao chamado saneamento financeiro, política deflacionista visando a valorização da moeda. Houve corte de crédito à expansão da indústria, o governo deixou de emitir moeda, criou novos impostos e aumentou os que já existiam. Procurou-se uma redução dos gastos públicos e foi adotada uma política de arrocho salarial. O funding loan foi uma medida que buscava o  equilíbrio econômico: um acordo de negociação da dívida externa, no qual o Brasil teria um novo empréstimo, suspensão, por 13 anos do pagamento das dívidas e 63 anos para liquida-las. Para conseguir apoio do Congresso na adoção do saneamento financeiro, Campos Sales colocou em funcionamento a política dos governadores. Como consequência houve grande desemprego e falências.
RODRIGUES ALVES (1902/1906)
Período conhecido como "quadriênio progressista", marcado pela modernização dos portos, ampliação da rede ferroviária e pela urbanização da cidade do Rio de Janeiro (preocupação de seu prefeito, Pereira Passos).
Houve também a chamada Campanha de Saneamento, dirigida pelo sanitarista Osvaldo Cruz, buscando eliminar a febre amarela e a varíola. Para combater a varíola, foi imposta a vacinação obrigatória, provocando um descontentamento popular. Os opositores ao governo aproveitaram-se da situação, eclodindo a Revolta da Vacina.
Em seu governo foram aprovadas as decisões do Convênio de Taubaté, visando a valorização do café.
Destaque para o surto da borracha (no norte do país) que, no entanto, não se mostrou como alternativa ao café. Sua exploração apresentou um caráter de surto, de aproximadamente 50 anos. A economia da borracha provocou uma questão externa, envolvendo Brasil e Bolívia, a chamada Questão do Acre. A solução veio com a assinatura do Tratado de Petrópolis, em que o Brasil anexou o Acre, pagando uma indenização de 2 milhões de libras para a Bolívia e se comprometendo em construir a Ferrovia Madeira-Mamoré, para escoar produtos bolivianos (ao ficar pronta já estava obsoleta)
AFONSO PENA (1906/1909)
Implantação do plano para a valorização do café. Faleceu em 1909, tendo seu mandato presidencial terminado por Nilo Peçanha, seu vice-presidente.

NILO PEÇANHA (1909/1910) – curto governo
Criação do Serviço de Proteção ao Índio, dirigido pelo Marechal Rondon.
MAL. HERMES DA FONSECA (1910/1914)
Imposição da chamada Política das Salvações (intervenção federal para derrubar oligarquias oposicionistas, substituindo-as por outras, que apoiassem a administração federal). Esta política de intervenção provocou a chamada Revolta de Juazeiro, ocorrida no Ceará, e liderada pelo padre Cícero, que foi duramente reprimida.
Na cidade do Rio de Janeiro, eclodiu a Revolta da Chibata, liderada pelo marinheiro João Candido, contra os castigos corporais e excesso de trabalho na Marinha. A rebelião militar foi duramente reprimida.
O seu governo foi marcado por uma acentuação da crise econômica - queda nas exportações do café e da borracha - levando o governo a realizar um segundo funding loan.
VENCESLAU BRÁS (1914/1918)
Em seu governo ocorre, no sul do país, um movimento social muito semelhante à Guerra de Canudos. O conflito, denominado Guerra do Contestado, apresentava como causas a miséria e a fome da população sertaneja, nas fronteiras de Santa Catarina e Paraná. O movimento teve um caráter messiânico, pois era liderado pelo "monge" João Maria. A exemplo de Canudos, o movimento foi duramente reprimido.
O principal evento, que marcou seu governo, foi a Primeira Guerra Mundial(1914/1918). A duração da guerra provocou, no Brasil, um surto industrial ligado à política de substituição de importações (não se conseguia importar nada e o Brasil passou a produzir). Este impulso à industrialização fez nascer uma burguesia industrial e o operariado.
A classe operária vivia em precárias condições, não possuindo salário mínimo, não tendo jornada de trabalho regulamentada, havia exploração do trabalho infantil e feminino. Muitos acidentes de trabalho aconteciam. Contra esta situação, a classe operária manifestou-se, através de greves, reprimidas pela polícia. Até a década de 1930 o movimento operário terá como bandeira os ideais do anarquismo e do anarco-sindicialismo.
          RODRIGUES ALVES/ DELFIM MOREIRA (1918/1919)
Eleito em 1918, Rodrigues Alves que faleceu (gripe espanhola) sem tomar posse. Seu vice-presidente, Delfim Moreira, de acordo com o artigo 42 da Constituição Federal, marcou novas eleições. O vencedor foi Epitácio Pessoa.
EPITÁCIO PESSOA (1919/1922).
Seu governo foi marcado pelo início de graves crises econômicas e políticas, responsáveis pela futura Revolução de 1930.
A crise econômica: a queda gradual e constante dos preços das matérias primas no mercado internacional, devido ao final da Primeira Guerra Mundial. O setor mais afetado no Brasil foi a exportação do café.
No plano militar, Epitácio Pessoa resolveu substituir ministros militares por ministros civis, em pastas ocupadas por membros das Forças Armadas. A oposição militar às oligarquias desencadeou o chamado Tenentismo: movimento que propunha a moralização do país, mediante o voto secreto e a centralização política. Os tenentes julgavam-se os únicos capazes de solucionarem os problemas do país, o chamado "ideal de salvação nacional".
O primeiro levante dos tenentes ocorreu em 05 de julho de 1922, episódio conhecido como Levante do Forte de Copacabana (os 18 do Forte). O motivo deste levante foi a publicação de cartas, cujos conteúdos, ofendiam o Exército. O autor seria Artur Bernardes, recém-eleito presidente da República.
ARTUR BERNARDES (1922/1926).
Apesar do episódio das "cartas falsas", Artur Bernardes foi declarado vencedor em março de 1922 . O descontentamento no meio militar foi muito grande. O levante do forte de Copacabana foi uma tentativa de impedir a sua posse.
No ano de 1924, uma nova revolta tenentista ocorre em São Paulo, a Revolução Paulista de 1924. A reação do governo foi violenta, forçando os rebeldes a fugirem da cidade. Os revoltosos encontraram-se com outra coluna militar (gaúcha) comandada por Luís Carlos Prestes. Originou-se assim, a Coluna Prestes, que percorreu cerca de 25 mil quilômetros no interior do Brasil, denunciando os problemas da República Oligárquica. No ano de 1927 a Coluna foi desfeita, tendo a maioria dos líderes buscado refúgio na Bolívia.
No governo de Artur Bernardes aconteceu a Semana de Arte Moderna, inaugurando o Modernismo no Brasil. A expansão industrial, o crescimento urbano, o desenvolvimento do operariado inspiraram os modernistas.
WASHINGTON LUÍS (1926/1930)
Governo marcado pela eclosão da Revolução de 1930.
No ano de 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou, causando sérios efeitos para a economia mundial./A consequência para o Brasil, foi a queda brutal nos preços do café. Os fazendeiros pediram auxílio ao governo federal, que rejeitou, alegando que a queda nos preços do café seria compensada pelo aumento no volume das exportações, o que não ocorreu.
No plano interno, em 1930, ocorreram  eleições presidenciais. Washington Luís indicou um candidato paulista, Júlio Prestes, rompendo o pacto estabelecido na política do café com leite. A oposição se fortaleceu e foi organizada a chamada Aliança Liberal.
A Aliança Liberal era uma chapa de oposição, tendo Getúlio Vargas para presidente e João Pessoa para vice-presidente. O programa da Aliança Liberal ia de encontro aos interesses das classes dominantes, marginalizadas pelo setor cafeeiro, dos tenentes e da camada média urbana. Mediante as tradicionais fraudes eleitorais, o candidato da situação, Júlio Prestes, venceu as eleições, provocando insatisfação dos oposicionistas que iniciaram uma conspiração para evitar a sua posse. Temendo que a conspiração pudesse contar com a participação popular, os líderes oligárquicos tomaram o comando do processo.
O estopim do movimento foi o assassinato de João Pessoa (que aconteceu por disputas locais, mas criou-se a imagem de que Washington Luís e Julio Prestes eram os mandantes). Em 03 de outubro, sob o comando de Góes Monteiro eclode a revolta no Rio Grande do Sul; em 04 de outubro foi a vez de Juarez Távora iniciar a rebelião na Paraíba.
Por fim, em 24 de outubro de 1930, temendo-se uma guerra civil, o alto-comando das Forças Armadas no Rio de Janeiro desencadeou o golpe, depondo Washington Luís, impedindo a posse de Júlio Prestes e formando uma Junta Pacificadora, composta pelos generais Mena Barreto, Tasso Fragoso e pelo almirante Isaías Noronha. No dia 03 de novembro Getúlio Vargas era empossado, de forma provisória, como presidente da República.
A revolução, no entanto, não rompeu com o sistema oligárquico, houve somente uma substituição de oligarquias no poder. A Revolução de 30 colocou um novo governo, compromissado com diversos grupos sociais. Pode-se dizer que o Movimento de 1930 patrocinou um "re-arranjo" do Estado brasileiro.
Abaixo você encontra uma apresentação de slides para lhe ajudar:



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